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Economia

População chinesa cai pela primeira vez em 60 anos

O país mais populoso do mundo passa pelo fim do seu bônus Demográfico.

Pela primeira vez em 60 anos, a população da China, o país de 1,4 bilhão de habitantes, caiu. O evento é o primeiro desde que uma crise levou milhões de chineses a morrerem em função da fome em 1961. Desta vez, porém, o caso é “natural”.

O número é o resultado de 10,4 milhões de óbitos e 9,6 milhões de nascimentos, indicando uma mudança drástica na curva demográfica do país.

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A mudança, que já era aguardada e está ocorrendo em inúmeros países, incluindo o Brasil, acabou sendo antecipada.

O resultado é parcialmente decorrente da política de filho único adotada no país nos anos 80, e derrubada na última década. 

O nascimento de mais homens do que mulheres acabou levando a um envelhecimento acelerado do país. A idade média na China está neste momento em 38,4, contra uma média global de 30,4. Em 1978, quando a política começou, a idade média estava em 21,5.

Tal mudança deve ter consequências relevantes no cenário político e econômico global.

A primeira e mais notável é uma queda na demanda de imóveis no país. Com 25% da sua economia oriunda da construção civil, a China deve ver nos próximos anos menos jovens se mudando para imóveis próprios.

Este cenário afeta também as finanças do governo. Estima-se que hoje 52% das receitas de governos locais esteja diretamente ligada a venda de terras para construção, além dos impostos que incidem sobre propriedade. 

Com menor arrecadação local nestes itens, é provável que as províncias chinesas se tornem mais dependentes do governo nacional em Pequim. O caso leva em princípio a uma maior concentração de poder, além de pressão sobre o orçamento público. 

Há ainda o fator “estoque”. Cerca de 70% da riqueza total da população chinesa está na forma de imóveis. Nos Estados Unidos o mesmo possui 31% do estoque de riqueza.

Para efeito de comparação, os EUA possuem hoje uma riqueza de US$124 trilhões, contra US$84 Trilhões por parte da China.

O caso ainda implica maiores custos sociais, como pensões e aposentadorias, um tema delicado na China.

O país sempre manteve, como todos os países orientais, uma tradição de que filhos deveriam sustentar os pais na velhice. Ocorre que após a inversão demográfica da política de filho único, a situação tornou-se inviável. Uma pessoa deveria sustentar, além de si mesma e sua família, aos seus pais, além de por vezes seus avós. 

Na segunda metade da última década, porém, Pequim lançou um fundo destinado a elevar a participação do governo nas finanças de idosos. O resultado é que hoje cerca de 1,6% do PIB é destinado para este fim. No Brasil, aposentadorias e pensões consomem 12% do PIB.

A menor demanda por imóveis também drena recursos de chineses na velhice, uma vez que imóveis que antes serviam de fonte de renda extra, agora veem seus retornos caírem.

Em Shangai, a renda média com imóveis está em 2% ao ano, um número bastante abaixo de metas atuariais em fundos de previdência (tradicionalmente em 6-8%, a depender do nível de inflação).

Ao Blocktrends, o economista Felipe Gil, ligado ao IBMR, explica que o Brasil também deverá ser afetado, uma vez que  este colapso populacional leva a uma menor demanda por produtos como minério de ferro (para construção civil), ou alimentos. 

Haverá menos consumidores chineses dispostos a importar nossos produtos, além de mais idosos por aqui.

A bomba demográfica chinesa também implica em maior pressão política. O governo de Pequim deve ser testado nas próximas décadas, com aumento da demanda por serviços públicos como saúde e educação, além de questionamentos em torno da concentração de rede no país, símbolo da experiência socialista. 

Essa situação deve acelerar também mudanças globais em relação à China. A Índia, além de algumas grandes nações africanas como Nigéria, tem buscado se posicionar como parte da cadeia global ao reafirmar seus governos menos autoritários e uma demografia muito mais favorável. 

Com maior força por parte da Índia (uma ascensão que pode ser notada pelo surgimento dos primeiros centibilionários fora dos EUA e Europa, como Gautam Adani), é provável que um país sob pressões internas, possa radicalizar ainda mais. 

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