Em 25 de abril deste ano, o CEO da Tesla, Elon Musk, anunciou que pagaria $44 bilhões para comprar o Twitter. O valor de $54,20 por ação, representava um prêmio sobre aquele no qual as ações eram negociadas em bolsa. De lá para cá, a maré virou, e Elon Musk agora desistiu da compra do Twitter. O conselho da rede social, que antes havia lutado para não vender o negócio, agora insiste em fechar o “deal”, e diz que irá processar Musk para fazer cumprir.
Desde essa data, as ações de Musk na Tesla caíram cerca de 28%, saindo de cerca de $1000 para $726.
Musk pretendia utilizar parte de suas ações como garantia em um empréstimo. Segundo levantou a Bloomberg, o bilionário pegaria até $12,5 bilhões junto a bancos dando como garantia suas ações da Tesla, em uma proporção de 4 para 1.
O resultado foi um crescimento exponencial da riqueza de Musk, que chegou a ter cerca de $330 bilhões em patrimônio, cerca de $100 bilhões a mais do que possui hoje.
Essa oscilação, porém, é apenas parte das razões para Musk não estar tão mais disposto a comprar a rede social.
O valuation, ou seja, o valor de mercado do Twitter, é de cerca de 7 vezes o seu faturamento, estimado em $6,2 bilhões para este, e por volta de 142 vezes o seu lucro. Trata-se de um número significativamente elevado.
Se preferir, Musk poderia pagar 33 vezes o lucro em ações como a Apple, ou comprar mais ações da Tesla, que vale 93 vezes o lucro.
Ainda assim, Musk estaria confiante de que pode destravar valor no negócio, e chegou a contar com apoio de alguns investidores, que acreditam ser possível tirar a empresa da bolsa agora, e fazer uma nova abertura de capital em 3 anos, por um valor de 2 a 3 vezes maior do que a proposta de aquisição atual.
Com a alta dos juros americanos, porém, a situação fica bastante mais difícil.
Na prática, investidores olham para os juros como o retorno sem qualquer risco. Na medida em que os juros crescem, o valuation de empresas, especialmente de tecnologia, caem. Isso ocorre pois o seu custo de financiamento aumenta. Serão mais juros pagos pela empresa para se financiar, além de menor disposição dos investidores para comprar.
Seu discurso em favor da liberdade de expressão é tentador, mas pagar um prêmio de dezenas de bilhões de dólares a mais por um negócio apenas para reforçar isso, seria a assessoria de imagem mais cara do planeta.
O conselho da empresa também avalia a situação, e sabendo que o Twitter hoje vale menos, insiste juridicamente em seguir com a proposta.
Na prática Musk possui uma “call”, ou opção de compra, da ordem de $1 bilhão. Se não exercê-la, perderá este valor. Para o conselho da empresa é “pouco”, especialmente pois o valor não seria destinado ao próprio Twitter.
É possível que Musk volte a fazer novas ofertas diante de novas circunstâncias, ou que insista em dizer que foi ludibriado sobre a quantidade de fakes que se utilizam da plataforma. Nada disso, porém, pesa mais do que a nova realidade dos juros.
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