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Exclusivo: Michael Saylor dá aula sobre Bitcoin para a Faria Lima. “Volatilidade não importa”

Michael Saylor ensina sobre Bitcoin à Faria Lima, e responde pergunta sobre Ordinals, e Runes ao Blocktrends.

Michael Saylor, fundador da MicroStrategy e entusiasta do Bitcoin, esteve pessoalmente presente na Faria Lima na última quinta-feira (11). Em evento privado, do qual BlockTrends participou, Saylor ensina os espectadores sobre sua visão acerca do Bitcoin, e o motivo de acreditar que a criptomoeda seja uma propriedade digital única no mundo.

Durante sua palestra, e primeira vez no Brasil, Saylor comenta que outros ativos não perduram no espaço-tempo como o Bitcoin. Em exemplo, o fundador da MicroStrategy comenta sobre o mercado imobiliário de Miami, que valoriza por ser escasso mas deprecia por meio de impostos estatais. Além disso, diz que imóveis podem ser confiscados, e depreciados, a depender do governo.

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O empresário reforçou por diversas vezes que, cada um compra Bitcoin no preço que merece, e respondeu questões do público sobre o gasto energético da criptomoeda. Além disso, Saylor também respondeu ao BlockTrends sua visão sobre Ordinals, Runes e o ecossistema emergente de segundas camadas no Bitcoin.

“É preciso abraçar a volatilidade”, diz Saylor à Faria Lima

Michael Saylor explica que decidiu comprar Bitcoin ao ver que durante a pandemia, quando os EUA derrubaram a taxa de juros, as pessoas ficaram ricas apenas por deter ativos. Enquanto que as que trabalhavam, como ele, ficavam mais pobres.

Após comprar Bitcoin, Saylor comparou a criação de valor por força de trabalho com o simples fato de deter Bitcoin. Desse modo, ele sumariza como a empresa fez 100 anos de trabalho em capital, ou US$ 7 bilhões em valor de mercado, dentro de seis meses, apenas comprando Bitcoin.

“Durante o fim de semana, a empresa teria mais criação de valor do que todas as 2 mil pessoas trabalhando por uma década perfeitamente. E, sabe, nesse caso específico, talvez tenhamos feito sete bilhões de dólares apenas segurando o ativo”, diz.

“Sete bilhões de dólares é como 100 anos de trabalho de 2000 pessoas. E isso simplesmente aconteceu. São 100 anos de trabalho e aconteceu em cerca de seis meses. O que percebemos [MicroStrategy] é que você deve abraçar a volatilidade”, pontua.

“Então, a maioria dos ativos são ou capital prejudicado ou capital tóxico ou defeituoso. O Bitcoin é um capital perfeito, perfeitamente construído. A volatilidade é um artefato de ser uma rede aberta e sem permissões que todos podem comprar”, diz.

Saylor comenta que, a razão pela qual o Bitcoin sobe é que todo mundo no mundo pode negociá-lo. “Se você quisesse que a volatilidade desaparecesse, você o regularia. E quando você o regula, você o prejudica.”

Ordinals, Runes e L2s são aplicações

O BlockTrends fez uma pergunta ao Michael Saylor. A questão levantada foi acerca da visão de Saylor sobre os Ordinals, as Runes, e todo o ecossistema que está emergindo da camada 2 do Bitcoin.

Ele responde que, em sua visão, enxerga essas tecnologias emergentes como aplicações. Ademais, o empresário compara a própria empresa à uma tecnologia de aplicação do Bitcoin. Para Saylor, o investimento nestas aplicações são comparáveis a um capital de risco, mas que faz sentido dentro de uma estratégia mais arriscada.

“Se você tem capital de risco e seu trabalho é assumir riscos e fazer isso, então é apropriado. Não é apropriado se você é um investidor conservador e está investindo em ativos de reserva de valor para dar aos seus filhos”, diz.

Desse modo, Michael Saylor deixa a entender que isso não influencia em sua tese sobre o Bitcoin. Mas que apenas são teses distintas. Ademais, deixa bem claro que nenhuma fará mal ao Bitcoin, muito pelo contrário.

“Todas são boas para o Bitcoin e muitas delas terão sucesso. Muitas delas vão falhar. As aplicações mais especulativas falharão. É como cem mil aplicativos móveis lançados no iPhone. Neste caso, Snapchat, Instagram, WhatsApp, Facebook funcionam”, compara.

Portanto, na mesma comparação com o iPhone, ele ressalta que todas serão boas para o Bitcoin, pelo simples fato de existirem. Estas aplicações devem ser tratadas como um investimento mais arrojado, do qual a taxa de sucesso é estreita.

“A maioria não funcionará. É bom para a Apple. Provavelmente é bom para o mundo. Eu acho que você vai ver muito disso. Então eu diria que essas coisas, se forem pequenas, são como investimentos de capital de risco. Trate-os como capital de risco. Assuma que há uma alta taxa de falha”, diz.

“Eu acho que o Bitcoin tem um caminho claro para multiplicar por 100 seu valor atual”, diz Saylor

Durante as perguntas e respostas, Saylor fala sobre altcoins e outras criptomoedas aos presentes. Uma das perguntas foi justamente acerca das outras criptomoedas. A dúvida era de, se valia a pena investir nas altcoins, visto que a adoção ainda mal começou no mercado cripto. Em sua resposta, o fundador da MicroStrategy começa por exaltar o Bitcoin.

“Eu acho que o Bitcoin tem um caminho claro para multiplicar por 100 seu valor atual. Porque agora temos certeza, e clareza regulatória, em todo o mundo sobre duas questões fundamentais. O Bitcoin é uma commodity, um ativo sem um emissor, e seu caso de uso é como propriedade. E propriedade é um armazenamento de valor que vale US$ 100 trilhões”, diz.

Sobre as altcoins, Saylor levanta o ponto sobre as incertezas regulatórias que rodeiam as demais criptomoedas. E como nem todas saíram vencedoras no longo prazo. Ao contrário do Bitcoin, conforme pontua.

“Há uma enorme incerteza regulatória, uma enorme incerteza competitiva. Não está claro qual concorrente vai ganhar. Não está claro como cada regulador vai tratar isso”. Como exemplo, ele cita o recente aviso judicial que a Uniswap, maior corretora descentralizada da Ethereum, recebeu.

“A Uniswap vai ser processada pela SEC. Essa notícia saiu outro dia. As stablecoins foram atacadas de forma bastante agressiva pelos reguladores bancários dos EUA. As bolsas de criptomoedas estão sendo processadas em todo o mundo”, relata.

As pessoas querem construir algo

Em suma, Michael Saylor diz que muitos subestimam o valor do Bitcoin porque querem construir algo. Desse modo, o empresário comparou a vontade do ser-humano de construir algo, e ser pioneiro, para amansar seu ego com as demais criptomoedas.

“Eles são alfa e sentem que nasceram para conquistar algo ou criar algo. Eles gostam da ideia de fazer coisas. E a ideia do Bitcoin é uma ideia muito humilde, e provavelmente qualquer coisa que você faça vai falhar. Há 99% de chance de que vai falhar”, diz.

Portanto, ele recomenda que comprem Bitcoin, e que é melhor que tentar construir algo próprio. Ele ainda diz que recomenda aos investidores a descobrir “como pegar dinheiro emprestado de forma barata para comprar muito Bitcoin”, exatamente como faz por meio de sua empresa ao emitir notas seniores.

“Assim como a MicroStrategy criou US$ 35 bilhões em valor empresarial por pegar empréstimos e comprar Bitcoin. Faça isso. O ato de reinventar o real, e criar moeda digital, talvez funcione. Mas é muito incerto. É muito caro”, complementa.

“Você quer não fazer nada, e ganhar muito dinheiro? Ou você quer gastar muito dinheiro, perder muito dinheiro, fazer muita coisa e provavelmente falhar?”.

Tokenização pode ser lindo, mas Bitcoin é única resposta

Ao responder uma pergunta sobre tokenização, o entusiasta de Bitcoin Michael Saylor foi bastante cauteloso para não ferir os sentimentos da Faria Lima. Portanto, ele afirmou categoricamente que acha a ideologia dos ativos digitais bela, e convincente.

“No caso ideal, você teria ativos digitais como o ouro digital. Você teria moedas digitais como o dólar digital. Teria valores mobiliários digitais como ações digitais da Apple ou ações digitais da MicroStrategy. Você teria commodities digitais como o Bitcoin. Você poderia custodiar tudo digitalmente. Eu acho isso lindo”, diz.

Contudo, para que isso se concretize ele lembra que é necessário uma maior clareza regulatória destes ativos, e um caminho legítimo a seguir é o Bitcoin como uma commodity digital negociada em aplicativos digitais.
“Eu acho que todas as outras aplicações digitais estão faltando apoio regulatório nos Estados Unidos. Em outros lugares do mundo, vejo um apoio disperso. Acho que há um pouco mais de clareza no Brasil do que nos EUA”, diz.

Para isso, o executivo comenta ser necessário uma melhor definição sobre o que são cada um destes ativos. Durante a explicação, e questionamento sobre o tema, Saylor inclusive alfineta stablecoins, chamando-as de “tokens iôiô”.

“Por exemplo, se eu chamar um token de ouro digital, eu tenho que realmente possuir o ouro, ou posso possuir um derivativo de ouro. Eu posso simplesmente possuir algum dinheiro que é igual ao valor do ouro? Ou posso possuir um token iôiô que tem o valor do ouro, e que promete converter em ouro caso você o resgate?”, diz.

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