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Economia

Elon Musk aposta na mentira para comprar o Twitter

Um mês após oferecer $44 bilhões pela rede social, Musk agora quer barganhar o valor, bem que precise mentir para isso.

Analogias entre meteorologia e a economia, duas ciências que se ocupam de fatores pouco previsíveis, se tornaram comuns ao longo das últimas décadas.

Em um caso mais conhecido, o efeito borboleta, no qual um evento pequeno pode gerar consequências imensas ao ser ampliado por uma cadeia de fatores, pode ser visto na economia em diversos momentos, como quando um grupo de manifestantes no Irã dos anos 70 derrubou o governo e levou o Brasil a ter uma década perdida nos anos 80.

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No caso de Elon Musk e sua tentativa de comprar o Twitter, é possível dizer que ele enfrenta uma “tempestade perfeita”.

Uma série de fatores isolados tem se alinhado para tornar a compra um fator de risco.

Também é nítido dizer que Musk saiu às compras sabendo que nuvens se formavam no céu.

A compra de uma participação de 9% no Twitter em Abril deste ano, se deu em um momento no qual as taxas de juros já estavam em tendência de alta.

O movimento é uma reação natural de bancos centrais ao redor do mundo dada a inflação persistente.

De fato, é possível traçar o evento ainda ao início da pandemia.

Naquele período, governos de todo o planeta inundaram o mercado com recursos novos, levando a criação de até 40% dos dólares existentes nestes últimos 2 anos.

Em um primeiro momento, o dinheiro novo ajudou a inflar os valores de ações de empresas de tecnologia, cujo retorno seria acelerado pelas mudanças que a pandemia acarretaria.

E neste cenário, poucas pessoas ganharam tanta atenção quanto Elon Musk. Seu patrimônio subiu de $27 bilhões para até $340 bilhões. As ações da Tesla “explodiram”.

Com o posto de homem mais rico do mundo, Elon ganhou os holofotes, passando a se aventurar em expor sua visão de mundo.

A compra do Twitter parte deste princípio. Musk tem defendido que planeja tornar o ambiente mais favorável a liberdade de expressão.

Para fazer isso, Elon Musk estaria disposto a comprar o Twitter por $44 bilhões.

O problema, claro, é que o impulso que seu patrimônio ganhou com os juros baixos e o excesso de liquidez, está sendo ameaçado agora com os juros em alta.

Desde que Musk propôs comprar o Twitter, em abril deste ano, empresas de tecnologia tiveram resultados de queda bastante expressivos. As maiores empresas, como Apple, Amazon, Microsoft e Google, caíram $2,6 trilhões. E a Tesla foi junto.

Em 30 dias a ação da Tesla cai ao menos 21%.

Como Musk possui a maior parte do seu patrimônio em ações da empresa, ou da SpaceX (que não é listada e portanto não possui liquidez), precisaria de um empréstimo para comprar o restante do Twitter.

Seu plano de compra inclui ao menos $12,5 bilhões em empréstimos com ações da própria Tesla em garantia. Na prática, para ter um LTV (loan to value), de 25%, Musk precisaria dar ao menos $50 bilhões em ações como garantia.

Neste momento, segundo a Bloomberg, Musk possui $107 bilhões em ações da Tesla, o que implica em um risco relativamente grande para os credores.

Imagine que, assim como o Facebook e Netflix, as ações da Tesla caiam 50%. Isso implicaria que para garantir a segurança aos bancos Musk teria de alocar todas as suas ações na Tesla em garantias.

Se as ações caírem mais de 50%, teria de começar a vender ações e liquidar o empréstimo.

Mas essa é apenas uma questão dentre tantas envolvendo a compra da rede social.

Nas últimas semanas Musk tem insistido que o percentual de contas Fakes no Twitter pode ser um impeditivo para a compra.

De fato, em seu anúncio de que estaria oferecendo $54,20 por ação para comprar o Twitter, Elon Musk mencionou que combater os bots e contas fakes era um de seus maiores objetivos.

Ainda assim, mesmo tendo tal objetivo, Elon não fez qualquer investigação prévia sobre a empresa, aceitando ali os dados do próprio Twitter de que as contas fakes respondem por menos de 5% do total.

Na mesma ocasião, Musk mencionou que aceitaria participar do conselho do Twitter, o que o obrigaria a não possuir mais de 14,9% da rede social.

Após aceitar, recuou na proposta, revelando sua intenção de comprar a empresa inteira.

Essa mentira, porém, foi leve comparada a atual.

A alegação de Elon de que teria sido “enganado”, e que uma investigação sobre o percentual de contas fakes deva ser feita antes, é como diz o ditado popular “jogar verde pra colher maduro”.

Elon sabe que a oferta feita há 1 mês ficou cara, e que o Twitter em um cenário de juros altos vale muito menos, afinal, os múltiplos de empresas de tecnologia, como Snapchat, por exemplo (com valor similar ao do Twitter), se tornaram menores.

Neste momento, vemos uma execução perfeita do jogo da mentira, com Elon jogando com a opinião pública para barganhar a compra.

Ninguém realmente acredita que isso seja uma preocupação real, ainda assim, ao que tudo indica, sua capacidade de mover a opinião pública, pode ser um grande trunfo em meio a compra bilionária.

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