Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como o Faraó dos Bitcoins, divide o alojamento no mesmo pavilhão que grandes cabeças conhecidas da facção criminosa Comando Vermelho (CV). O Faraó dos Bitcoins virou uma espécie de mentor sobre criptoativos para estes nomes, conforme noticiou o Metrópoles.
Entre os mentorados pelo Faraó dos Bitcoins, estaria Márcio dos Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP; Cláudio de Souza Fontarigo, chamado de Claudinho da Mineira; e Carlos Eduardo da Rocha Freire Barbosa, apelidado de Cadu Playboy, na Penitenciária Federal de Catanduvas, Paraná, em 2021.
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Apesar das limitações para comunicação entre os presos, Glaidson conseguiu despertar o interesse dos líderes do CV em suas lições sobre operações com criptomoedas. Conforme noticiou o Metrópoles anteriormente.
Flávia Fróes, advogada responsável pela defesa dos indivíduos envolvidos, declarou que Glaidson compartilhou seu conhecimento em educação financeira e sugeriu leituras sobre criptoativos.
“É uma vantagem que Glaidson, ao ser estar junto dessas pessoas, conseguiu transmitir conhecimentos financeiros. Os livros sobre criptoativos são submetidos a uma censura prévia”, disse. Portanto, conforme a advogada, se os carcereiros aceitaram, significa que eles não consideraram a leitura como subversiva nem que perturba a ordem pública.
Glaidson e sua parceira, Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, são, como reconhece a Polícia Federal, líderes de um dos maiores esquemas de pirâmide financeira do país. Assim, enganando 89 mil pessoas e movimentando R$ 38 bilhões entre 2015 e 2021.
Prisão da esposa do Faraó dos Bitcoins
Anteriormente, a prisão de sua esposa ocorreu nos Estados Unidos no começo deste ano. Mirelis Zerpa chegou a ser pauta de uma reportagem do Fantástico. Mais especificamente, a prisão da esposa do Faraó dos Bitcoins ocorreu em Chicago, nos Estados Unidos. A operação foi conjunta da Polícia Federal do Brasil com a U.S. Immigrations and Customs Enforcement (ICE) e o Serviço Secreto norte-americano.
Vale dizer que, a ação de “mentoria” em criptoativos do Faraó dos Bitcoins na prisão parece ser algo comum, e internacional. Isso porque, o caso lembra Sam Bankman-Fried, ex-CEO da FTX. Portanto, em fevereiro deste ano, já na cadeia, o ex-CEO acusado de fraude financeira foi flagrado recomendando criptomoedas aos seus carcereiros.
Desse modo, Bankman-Fried recomendou o critoativo Solana (SOL) aos seus carcereiros. A criptomoeda tem relação com a Solana Foundation, que mantém a blockchain, e recebeu um grande investimento da FTX na época.
A nota divulgada pela advogada do Faraó dos Bitcoins na íntegra
“Os presos mencionados, que são clientes desta advogada, foram colocados na mesma área que Glaidson, uma decisão tomada pela direção do presídio sem possibilidade de escolha pelos detentos. No sistema penitenciário federal, a leitura é a única forma de entretenimento disponível, visto que não há acesso a televisão, rádio ou outras formas de lazer. A leitura sobre o mercado de criptoativos, agora regulamentada pela legislação brasileira, é encorajada, considerando o conhecimento técnico de Glaidson em operações de trader, com o objetivo de promover a ressocialização dos presos através de uma atividade legal.
A entrega de livros para estudo pelos presos nas penitenciárias federais é estritamente controlada pela Senappen, cumprindo com os critérios de segurança estabelecidos pela direção do presídio, e a censura de algumas obras é comum, permitindo apenas aquelas que não representam risco à segurança pública. Se o estudo de criptoativos é permitido, é porque não é ilegal nem representa uma ameaça para a sociedade.”
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