Bill Gates, co-fundador da Microsoft, compartilhou sua visão sobre o futuro da computação. Ele destaca a emergência dos agentes de inteligência artificial (IA) como uma revolução no uso de computadores. Suas ideias foram escritas em seu blog “Gates Notes”.
Gates observa que, apesar dos avanços significativos do software ao longo das décadas, ele ainda apresenta limitações em muitos aspectos, exigindo que os usuários escolham aplicativos específicos para realizar tarefas específicas. No entanto, ele prevê que, nos próximos cinco anos, essa realidade mudará drasticamente.
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Os agentes de IA, conforme descritos por Gates, são softwares que respondem à linguagem natural e são capazes de realizar uma variedade de tarefas com base no conhecimento do usuário.
Esses agentes, que Gates vem contemplando há quase 30 anos, tornaram-se práticos apenas recentemente devido aos avanços na IA. Eles prometem mudar não apenas a interação do usuário com os computadores, mas também revolucionar a indústria de software, marcando a maior revolução na computação desde a transição de comandos digitados para ícones interativos.
Clippy, o assistente bizarro da Microsoft
Gates aborda o ceticismo em relação aos agentes de IA, reconhecendo as falhas de tentativas anteriores, como o Clippy da Microsoft Office. Mesmo usando o exemplo do Clipezinho, criado por ele mesmo, que deixou muitos irritados anos atrás, Bill Gates argumenta que os agentes futuros serão infinitamente melhores.
“O Clippy tem tanto em comum com os agentes quanto um telefone rotativo tem com um dispositivo móvel”, diz. A Microsoft tentou lançar um assistente do gênero ainda antes do estranho Clipezinho de papel. Tentativas foram feitas como Microsoft Bob e muitos outros.
Contudo, com os avanços na linguagem generativa, o uso será muito melhor, diz Gates. Desse modo, permitindo conversas personalizadas, e não se limitarão a tarefas simples. Esses agentes serão proativos, capazes de fazer sugestões antes mesmo de serem solicitados, e melhorarão com o tempo, aprendendo com as atividades e preferências do usuário.
“Para ver a mudança dramática que os agentes trarão, vamos compará-los com as ferramentas de IA disponíveis atualmente. A maioria deles são bots. Eles estão limitados a um aplicativo e geralmente só intervêm quando você escreve uma palavra específica ou pede ajuda. Como eles não se lembram de como você os usa de uma vez para outra, eles não melhoram nem aprendem nenhuma de suas preferências. Clippy era um bot, não um agente”, diz Gates.
Críticas ao Clippy desde o começo
Na época do lançamento, em meados de 1995, Roz Ho, até então executiva na Microsoft já dizia que havia muito desconforto geral, não apenas com Clippy, mas com os outrosassistentes. “Fizemos vários testes em grupos focais e os resultados foram meio negativos”, ela lembrou em uma entrevista ao The New Yorker .
“A maioria das mulheres achava que os personagens eram muito masculinos e que os olhavam maliciosamente.” A equipe de liderança majoritariamente masculina decidiu seguir em frente de qualquer maneira.
Impactos dos agentes de IA
Voltando ao texto recente de Bill Gates, o filantropo destaca quatro áreas principais onde os agentes de IA terão um impacto significativo:
- Saúde: Os agentes ajudarão na triagem básica, aconselhamento sobre problemas de saúde e decisões de tratamento, tanto para pacientes quanto para profissionais de saúde.
- Educação: Os agentes complementarão o trabalho dos professores, personalizando o aprendizado para os alunos e liberando os educadores de tarefas administrativas.
- Produtividade: Os agentes ajudarão em diversas tarefas. Desde a elaboração de planos de negócios até a assistência em reuniões, aumentando a eficiência no local de trabalho.
- Entretenimento e Compras: Os agentes farão recomendações personalizadas e ajudarão os usuários a tomar decisões de compra, além de oferecer entretenimento personalizado.
Bill Gates reconhece que ainda é necessário superar desafios técnicos. Por exemplo, desenvolver uma nova estrutura de dados que capture as nuances dos interesses e relacionamentos do usuário, ao mesmo tempo em que mantém a privacidade.
Além disso, destaca a importância de abordar questões de privacidade e segurança online, à medida que os agentes de IA se tornam mais integrados à vida cotidiana.
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