Ao longo de quase uma década, alertas para o estouro da bolha americana circularam no mercado.
Para investidores, era nítido que o preço das ações estava em múltiplos irreais. Como desinflar a bolha, porém, era a grande dúvida.
O balanço do Fed, o banco central americano, serviu por anos para inflar o valor dos ativos. Na prática, o BC por lá comprou ativos no mercado, até atingir o montante de $8 trilhões. Agora, o FED planeja reduzir suas posições.
Ao mesmo tempo, a autoridade monetária espera aumentar os juros.
Em suma, o mundo está esfriando. Um remédio amargo para impedir que a inflação saia de controle.
No Brasil, o Banco Central iniciou a alta da taxa de juros há quase um ano, antecipando um movimento que agora ocorre lá fora.
A maior preocupação até então, era de que o fato de o Brasil ter juros negativos (juros menos a inflação), estaria pesando no câmbio, e consequentemente na inflação.
O Bacen brasileiro, que chegou a derrubar os juros para 2% ao ano, agora mantém a taxa Selic em 13,25%, com expectativa de mais altas.
O temor de que o governo vá ter maior dificuldades em honrar suas contas, com gastos para subsidiar combustíveis, por exemplo, tende a elevar os juros pagos. De forma simplificada: quanto mais difícil é para o governo pagar suas contas, maior sua dependência de empréstimos para financiar a dívida e maior os juros pagos.
Ironicamente, a redução do preço dos combustíveis implica em menor inflação, além de menor arrecadação. Com os juros elevados, significa que o governo pagará mais para rolar sua dívida, daí o risco.
A queda na inflação, algo positivo e esperado, vem acompanhada de risco fiscal.
Neste momento, o Brasil superou países como Argentina, Rússia e Turquia em termos de taxa de juros reais.
O grande dilema está no fato de que, para pagar juros acima da inflação, o governo precisa crescer sua arrecadação acima da inflação, o que só é possível ocorrer com crescimento econômico ou aumento de carga tributária.
Como não se espera um crescimento econômico robusto, nem há espaço para aumento de carga, a dívida pública fica pressionada, com tendência de alta.
Neste círculo vicioso, o resultado é uma incerteza que colabora para, a despeito das elevadas taxas de juros, continuarmos com uma moeda desvalorizada.
Cotado a R$5,4 nesta semana, o dólar tem sido a principal razão para que o custo do combustível, e de outros bens e serviços, resista a cair.
E ao contrário de outras reformas recentes, as pautas fiscais em andamento no congresso pouco ou nada fazem para acalmar e ajustar as expectativas futuras.
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