Criada em 1962, durante o governo Jânio Quadros, a Eletrobras se notabilizou durante o governo militar como responsável pelo setor elétrico brasileiro.
Foi neste período, em 1973, que a empresa ganhou a sua “jóia da coroa”, a usina de Itaipu, maior do planeta.
Após um longo processo de privatizações nos anos 90, a Eletrobras chegou ao século 21 com alguns papéis distintos.
Na teoria, a empresa é um player do mercado de geração e distribuição de energia no país, ou melhor, o maior deles. São 105 usinas, incluindo Belo Monte, Itaipu e as duas usinas de Angra dos Reis.
A Eletrobras abarca hoje 28% da geração e 40% da distribuição de energia brasileira.
Na prática, porém, a empresa é o que sobrou após a venda de ativos dos anos 90, sendo responsável pela distribuição de energia em Estados com menor apelo comercial, como os da região Norte (ironicamente os maiores produtores de energia do país).
Agora, após um avanço significativo do setor privado em áreas como geração e transmissão, a estatal se vê pronta para uma privatização, em partes.
Em princípio, as usinas nucleares, além de Itaipu, não entrarão na conta, permanecendo como “estratégicas”.
A privatização ocorrerá de maneira similar a da BR Distribuidora, a empresa antes parte da Petrobras responsável pela distribuição de combustíveis.
O governo irá emitir novas ações diminuindo sua participação, de forma que perderá o controle da empresa, apesar de continuar sócio.
Essa operação está prevista para gerar R$25,5 bilhões em receita para a União.
Se tudo correr como no caso da BR Distribuidora, o novo controlador irá trabalhar pelo aumento da margem de lucro e crescimento da empresa, ajudando a valorizar as ações que o governo ainda mantém.
Isso permite ao governo rentabilizar sua participação, evitando vender a “preço de banana”, como citam os críticos da privatização.
O maior desafio, porém, se dá pelos “poréns” adicionados pelo Congresso Nacional.
Para autorizar a privatização da Eletrobras, o Congresso adicionou algumas exigências, como a contratação de 8 mil MWh de fontes térmicas, como gás natural.
A preços de hoje, essa energia deverá ser contratada a um custo de R$350-500 por MWh, um custo bastante acima de fontes eólicas, solar e hidro.
O custo estimado da medida é de R$84 bilhões em até 20 anos. Trata-se de um “Jabuti”.
O novo controlador também deverá assumir investimentos de R$9,7 bilhões na bacia hidrográfica do São Francisco, área da CHESF, em compensações ambientais que serão pagas via aumento na tarifa de luz.
Não há, porém, qualquer prejuízo aos programas como Luz Para Todos, tendo em vista que se trata de uma política pública adotada pela agência reguladora e financiada por taxas na conta de luz.
A expectativa é de que a privatização da Eletrobras seja a segunda maior oferta de ações da história brasileira, movimentando até R$67 bilhões.
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