Menos de 3 meses após declarar falência seguindo o famoso capítulo 11, a FTX, antes segunda maior exchange do mundo, pode retornar a ativa.
Ao menos no papel, essa é a intenção do CEO John Ray III, o conhecido gestor do caso Enron.
Em sua primeira entrevista desde que assumiu o caso, Ray declarou que reuniu um time para avaliar a possibilidade de levar a FTX adiante.
A questão seria uma avaliação de que o problema deveu-se a outra empresa, o hedge fund Alameda Research, que realizou operações com dinheiro sacado de clientes da FTX.
O rombo, que pode chegar a US$10 bilhões, ainda está sendo apurado, mas autoridades envolvidas no caso, como o procurador de Delaware, Adam Landis, afirmam que mais de US$5 bilhões em ativos já foram recuperados.
A informação levantou a suspeita do mundo cripto, tendo em vista que deste valor, parte está no chamado FTT, o token da própria FTX, avaliado em US$600 milhões no papel, mas sem valor na prática.
No auge, a FTX chegou a movimentar 12% do total do volume de cripto, sendo avaliada em US$32 bilhões por investidores.
O esquema fraudulento que desviou recursos da exchange para o hedge fund, também desviou o foco da empresa para outras centenas de negócios sem valor prático.
Após o colapso da FTX, a Binance viu seu market share crescer de 57% para 64%, ou até 75% segundo especula-se em algumas métricas.
A volta da FTX, apesar do desejo do gestor da massa falida, parece algo improvável. A confiança sobre exchanges que já está em baixa, é nula no caso da FTX.
Em um caso recente, os fundadores da 3AC estão tentando levantar recursos para criar uma nova exchange, a GTX.
Os gestores do hedge fund, que faliu levando consigo US$3,5 bilhões em ativos, já foram publicamente boicotados pelo CEO da Wintermute, um market maker de cripto que alegou não fazer negócios de qualquer espécie com os dois.
Outros boicotes não surpreenderiam no caso da FTX, ainda que todos os executivos estejam sendo julgados por seus crimes (com Sam Bankman-Fried sendo o único a declarar-se inocente).
Um destino possível dados os casos de RJs conhecidos, seria uma venda apenas da marca FTX, o que também parece improvável.
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