Como recriar dinossauros e impedir que eles possam procriar e retomar o controle sobre o planeta? No clássico Jurassic Park, adaptado para os cinemas por Steven Spielberg em 1993, a resposta parecia óbvia: crie apenas fêmeas.
Ignorando o plot twist do filme e a ideia de que “a natureza sempre encontra um caminho”, a startup israelense Huminn Poultry quer replicar a ideia, mas para um descendente distante do Tiranossauro Rex, as galinhas.
Criada pela Huminn em parceria com o Volcani Institute, também de Israel, além de organizações de proteção aos animais no Reino Unido, a Golda é uma galinha geneticamente programada para gerar apenas filhotes fêmeas.
Por meio de luz azul, a tecnologia da Huminn, bem como da eggXYT, outra startup israelense, permite determinar o sexo da ave antes da incubação, poupando um trabalho e sofrimento animal desnecessário.
O motivo é o descarte anual de 7 bilhões de machos, filhos de galinhas poedeiras, que são descartados pela indústria de ovos por não terem utilidade como animais de corte.
Com a tecnologia de ambas as empresas, é possível esperar que a indústria tenha uma economia de US$8 bilhões anuais, além de um padrão ético mais elevado, algo que já vem sendo buscado em diversos países.
Na França, o governo estuda criar um fundo para financiar tecnologias do dia, impedindo que animais seja incubados para serem descartados logo após o nascimento.
A tecnologia, em si, pode colaborar para aumentar a oferta em momentos de escassez, como o atual. Pela segunda vez em uma década, uma gripe aviária dizimou ao menos 10% da população de galinhas poedeiras nos EUA, levando a uma queda similar na oferta de ovos.
No mercado, os ovos já subiram até 50% de preço, pressionando o orçamento das famílias americanas.
A indústria global de ovos deve atingir US$270 bilhões em 2023, um crescimento de 8 7%, bastante acima da média global, além de um número maior do que a indústria de games (US$205 bilhões), o Futebol (US$260 bilhões), ou o PIB da cidade de São Paulo.
No Brasil, o setor também busca maneiras de reduzir a crueldade animal, com um aumento na demanda por “ovos orgânicos”.
As líderes do setor, a Granja Faria e a Granja Mantiqueira, que faturam respectivamente R$1,7 bilhão e R$1,4 bilhão, tem buscado crescer no segmento por meio de aquisições.
O mercado de orgânicos movimentou no Brasil R$6,1 bilhões em 2021, com os ovos representando parcela significativa do mercado.
E no que depender da tecnologia, um dos setores mais impactados pela genética nas últimas décadas, com o peso médio de um frango adulto saindo de 905g em 1957 para 4,202kg em 2005, deve agora avançar para modelos menos predatórios.
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