Conforme o Bureau Nacional de Estatísticas da China, o índice de preços ao consumidor (CPI) caiu 0,3% em julho em comparação com o ano anterior. Esta é a primeira queda desde fevereiro de 2021, sinalizando a entrada em deflação.
Os preços de itens essenciais, como alimentos, transporte e bens domésticos, experimentaram uma queda em julho.
Notavelmente, os preços da carne suína caíram 26%, enquanto os preços dos vegetais diminuíram 1,5%. Além disso, o índice de preços ao produtor (PPI), que reflete os preços dos bens na porta da fábrica, também caiu 4,4% em julho em relação ao ano anterior.
Esses sinais de deflação têm gerado preocupações crescentes sobre a possibilidade da China entrar em um período prolongado de estagnação econômica, semelhante às “décadas perdidas” do Japão.
Analistas do ING Group destacaram a evidência de deflação tanto no consumidor quanto no produtor. Algo que, reforça a noção de uma desaceleração econômica generalizada na China.
A recuperação pós-pandêmica da China desacelerou após um início robusto no primeiro trimestre, à medida que a demanda interna e externa enfraqueceu. Medidas políticas para apoiar a economia não conseguiram impulsionar a atividade.
Além disso, a China é a primeira economia do G20 a relatar uma queda ano a ano nos preços ao consumidor desde a última leitura negativa do CPI do Japão em agosto de 2021.
China liderando desaceleração
Em contraste com a inflação paralisante que a maioria das outras grandes economias experimentou, os preços anêmicos da China são uma anomalia.
No entanto, algumas análises sugerem que a deflação na China pode durar de seis a doze meses. Entretanto, não seguirá o histórico do Japão, onde a estagnação dos preços persistiu por grande parte das últimas duas décadas.
Em meio a esses desafios, os investidores e empresas estão se adaptando ao “novo normal”, onde o governo chinês evitará lançar grandes estímulos, optando por estímulos direcionados e medidas focadas no lado da oferta.
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