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Economia

Com o mundo em recessão, Brasil aposta em aumentar os gastos

Grandes economias devem entrar em recessão no próximo ano, enquanto o Brasil expande gastos públicos.

O menor crescimento desde 1992 foi o anúncio do governo chinês no segundo trimestre deste ano. O PIB do gigante asiático cresceu 3,2%, algumas ordens de grandeza a menos do que os 9,1% quando Lula tornou-se presidente em 2003.

O cenário chinês, porém, não é o único. Consultorias alemães já estimam que, na pior hipótese, o PIB da maior economia do continente europeu poderá cair até 9%.

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Nos EUA, o cenário é similar. Uma recessão, ainda que curta, é a aposta do mercado para 2023.

Por aqui, os resultados dos maiores parceiros comerciais brasileiros implicam em um menor crescimento. Estima-se que o PIB possa subir 3% em 2022, e apenas 0,6% em 2023.

As razões, claro, não são apenas externas. O Brasil possui hoje a maior taxa de juros do mundo, quando considerada a taxa Real, ou seja, a Selic descontada a inflação.

Os juros, como se sabe, são o preço do dinheiro. Quando o dinheiro fica mais caro, empresas investem menos, afinal, torna-se obrigatório investir em projetos mais rentáveis, que costumam diminuir conforme a necessidade de retorno.

Projetos ruins e pouco rentáveis tornam-se abundantes em cenário de juro reduzido, que foi aquele experimentado pelo Brasil com apoio do BNDES. O resultado, como você já sabe, é um crescimento da economia nada sustentável, pautado em subsídios que drenam a produtividade.

Na prática, o governo que assumirá terá dois desafios. O de retomar conversas e estimular parcerias com outros países, garantindo investimentos externos, além de resolver a crise de confiança interna.

O indicativo de que Lula poderá pedir para gastar R$200 bilhões acima do Teto não é tanto o fator complicador. A grande questão é que, até o momento, não se sabe qual rumo a política econômica tomará.

Não há um nome no ministério da Fazenda, alguém que coloque seu CPF em garantia a este cheque de R$200 bilhões.

Sem isso, o país corre riscos grandes de perder credibilidade em um momento onde ela é demandada mais do que nunca.

É preciso dar garantias de que as contas públicas serão equilibradas, para que os juros possam cair e a economia retomar investimentos. 

Não teremos dólares sobrando para financiar gastos como no período entre 2003-2008. 

Neste cenário, o único caminho plausível é a moderação, ainda que ela não esteja lá muito em alta por aqui.

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