Cotado para assumir o Ministério da Economia em um eventual governo Lula, Henrique Meirelles acumula uma trajetória bem sucedida no mercado financeiro e na política.
Formado em engenharia pela USP, Meirelles nasceu em Goiás. Seus pais, e família, possuíam fortes laços com a política local, fato que seria deixado de lado, ao menos no início, por Meirelles.
Muito antes de Uber se tornar a profissão da moda entre engenheiros recém-formados, Meirelles migrou para o mercado financeiro, na filial brasileira do Bank of Boston, uma instituição cuja origem remonta a 1784.
Cerca de 38 anos antes de o Brasil se tornar independente, ou 24 anos antes da criação do primeiro banco brasileiro, o americano Bank of Massachusetts foi criado em meio ao nascimento do próprio país.
A instituição, que tinha entre os correntistas figuras como John Hancock, Samuel Adams e Paul Revere, alguns dos fundadores dos Estados Unidos, se expandiu e consolidou pelos dois séculos seguintes.
Quando Meirelles assumiu o cargo de analista no banco em 1974, a instituição já beirava seus quase 200 anos de existência, mantendo uma tradição conservadora de nomear apenas americanos como presidente, mesmo no Brasil.
Meirelles se tornaria o primeiro brasileiro a presidir um banco estrangeiro no Brasil em 1984, após um curso de gestão em Harvard.
Uma década depois, em 1996, acabou sendo indicado para a chefia global do banco, se tornando o primeiro estrangeiro a presidir um grande banco nos EUA.
Quando assumiu o cargo, Meirelles estava a frente de uma instituição com $190 bilhões em ativos, o equivalente a ⅓ do PIB brasileiro na época.
Por 3 anos Meirelles atuou como presidente do Bank of Boston, levando-o a uma fusão com o Fleet Boston, além3 anos como presidente do FleetBoston.
Meirelles, entretanto, decidiu na época retornar ao Brasil.
O retorno, claro, foi bastante pensado. Meirelles saiu do banco com $70 milhões acumulados, uma aposentadoria vitalícia de R$260 mil mensais e alguns empréstimos com juro 0 para compra do imóvel em que residiria.
Por aqui, Meirelles concorreu ao senado por Goiás, em 2002.
Tendo vencido o pleito pelo PSDB, Meirelles foi convidado por Lula para se tornar presidente do Banco Central.
No cargo, aplicou austeridade na taxa de juros, tendo chegado a colocar seu cargo a disposição em 2005 quando Lula o pressionou a reduzir os juros e favorecer o crescimento em detrimento do controle da inflação.
Seus bons resultados durante a gestão Lula o cacifaram como ponte entre o mercado financeiro e o governo.
Nos anos em que esteve afastado da política, Meirelles atuou implementando empresas, como o Banco Original, ligado à família Batista (da JBS).
Estima-se que Meirelles tenha embolsado cerca de R$217 milhões no período.
Meirelles declarou um patrimônio de R$377 milhões, incluindo offshores, algumas fontes no mercado estimam valor entre R$1 e R$2 bilhões.
Tendo feito 1,2% dos votos, acabou virando secretário da Fazenda em São Paulo, durante o governo Dória.
De volta à vida civil, Meirelles pôs em prática seu slogan na campanha a presidente como “Meirelles Geek”.
O ex-presidente do Banco Central assumiu o conselho global da maior exchange do mundo, a Binance.
Agora, ao que tudo indica, o Geek Bilionário de Goiás pode acabar retornando ao setor público.
Reportagem de Veja mostra que algumas lideranças da articulação petista para a presidência tem pressionado por um nome considerado mais “neutro”, com ênfase no nome do próprio Meirelles.
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