O fim do boom das commodities no início da década atual acertou países como Brasil e Argentina em cheio. Acostumados aos anos de bonança, ambos os países se viram em meio a uma expansão desenfreada de gastos públicos, agora sem a contrapartida na receita.
No caso argentino, a situação tornou-se ainda pior, tendo em vista o perfil do endividamento do governo. Há décadas a Argentina convive com uma dívida praticamente toda dolarizada, o que demanda o uso de receitas com exportações de commodities agrícolas para pagar os compromissos do governo.
Essa situação, somada à ausência de políticas econômicas como as adotadas pelo Brasil nos anos 90, mergulhou o país em uma situação de difícil reversão.
Na prática, o governo argentino gasta em excesso, incluindo quase 4% do PIB em subsídios de contas de água e luz para seus cidadãos, e este gasto é pago com a impressão de moeda pelo banco central.
O dólar, a moeda que o governo necessita para pagar suas dívidas, tornou-se escasso, enquanto o peso abundante. A situação, que faz os argentinos se refugiarem em moedas como o Bitcoin (que não pode ser controlado pelo governo local), também afeta outras políticas de governo.
Para amenizar a situação das famílias, o governo amplia gastos sociais, o que por sua vez pressiona ainda mais o orçamento, forçando o Banco Central a emitir ainda mais dinheiro.
Agora, como em outras 8 vezes desde 2013, o governo do país anunciou medidas para congelar os preços.
O congelamento deve durar 120 dias e afetará 86% dos produtos considerados de consumo de massa.
Empresas que descumprirem o congelamento poderão ser multadas em até US$240 milhões.
A inflação no país atingiu 6,2% apenas no mês de setembro. Para o ano, a previsão é de que encoste nos 100%.
A grande novidade do atual congelamento é o uso de um app, o “Mi Argentina”, para verificar os preços de referência.
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