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Investimentos

Um mês depois, isso é o que rolou com a Americanas

Um mês depois, os prejuízos se estenderam entre diversas outras empresas, além de pequenos investidores.

Na noite de 11 de janeiro de 2023, a Americanas soltou seu Fato Relevante mencionando a descoberta de “inconsistências contábeis” da ordem de R$20 bilhões.

Segundo Sérgio Rial, que ficou 9 dias no cargo de CEO, o caso envolvia o chamado “risco sacado”, quando a empresa realizava operações com bancos para pagar os fornecedores. Ao longo de 7 a 10 anos, algo ainda incerto, a empresa omitiu essa dívida bancária, tratando-a como dívida com fornecedores.

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Na prática, a dívida da Americanas com bancos, além do seu custo financeiro, era maior do que o apresentado no balanço.

O rombo de R$20 bilhões equivalia a quase 2 vezes seu valor de mercado, sendo superior também ao seu valor patrimonial. 

Desde então a empresa luta para continuar existindo, uma tarefa que parece cada dia mais difícil.

Cerca de 1 mês após o ocorrido, algumas promessas ainda não foram cumpridas. Rial mencionou que os acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, poderiam aportar cerca de R$6 bilhões. 

Não apenas não houve aporte, algo que ainda está no campo das possibilidades, por meio de um DIP (debtor in possession), como a dívida da companhia também cresceu.

Em 27 de janeiro, a empresa afirmou dever R$41,7 bilhões. Em 1 de fevereiro, o valor já subiu para R$47,9 bilhões. 

A lista de cerca de 8 mil credores inclui desde grandes bancos a empresas de empresas como LG, Samsung, Google e Facebook. De produtos das lojas a gastos com publicidade online.

Os resultados já começam a pesar no balanço dos bancos. O Bradesco declarou prejuízos de R$4,9 bilhões, enquanto o Itaú separou R$1,307 bilhões para cobrir o prejuízo. 

O BTG, o banco mais agressivo na disputa judicial para ter acesso ao crédito dado à companhia, ainda não divulgou o balanço com os prejuízos, mas estima-se que possa superar R$3 bilhões. O valor equivale a 7% do patrimônio líquido dos bancos.

Clientes que detinham debêntures da empresa também amargaram prejuízos. O Nu Reserva Imediata, do Nubank, viu prejuízos da ordem de R$20 milhões, com marcação a mercado dos títulos. 

O prejuízo do Nubank porém, pode ter sido bem maior. A queda de 1% no rendimento do fundo levou 200 mil quotistas a saírem, levando consigo R$800 milhões, ou ⅓ do patrimônio do fundo que é considerado o com maior número de quotistas do país.

Fundos imobiliários que alugam imóveis para as Americanas também tem visto prejuízos, enquanto a empresa comunica aos shoppings que não irá pagar os aluguéis atrasados. 

Estima-se que a companhia tenha uma sangria da ordem de R$100 milhões diários com a necessidade de caixa para manter as operações. 

Segundo o Bloomberg Bilionaire Index, Jorge Paulo Lemann viu seu patrimônio cair de US$22,1 bilhões para US$21,1 bilhões, o que somada a participação de seus dois sócios, chega a US$2,2 bilhões pós colapso das Americanas. Nem tudo, porém, ocorreu em função da quebra da empresa.

O valor é similar ao que o Bradesco perde hoje após a divulgação do seu próprio balanço contendo o prejuízo com o caso (além de um resultado recorrente desastroso).

O prejuízo também se estendeu ao mercado de crédito privado. A Americanas, considerada uma empresa “extremamente segura”, acabou levantando dúvidas de outras empresas. A Marisa, de vestuário, cita o caso da Americanas em seu pedido para renegociar dívidas da ordem de R$600 milhões.

Até o momento, não há movimentação de qualquer ordem em sentido criminal, com a Recuperação Judicial em andamento. Também não há notícias em torno de demissões, além de uma promessa por parte da empresa de que não irá realizar demissões em massa. 

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