Considerado uma dos maiores feitos de Tim Cook na Apple, a relação entre a gigante do Iphone e a China está em um momento de tensão.
Ao longo de 2 décadas, Cook, que sucedeu Steve Jobs como CEO da companhia em 2011, construiu na China um parque industrial capaz de sustentar a expansão da Apple. Agora, em meio a guerra comercial entre EUA e China, além da situação envolvendo Taiwan e China, a Apple vem lentamente construindo um “plano B”.
No plano elaborado por Tim, a Índia deve se tornar o principal parceiro da empresa. De fato, ao menos 3 empresas cruciais nos processos de produção da Apple já anunciaram novas instalações na Índia.
O plano consiste em alocar no país asiático a fabricação de Iphones e acessórios, além de transferir a produção de Ipods e do Mac para o Vietnã. Outra parte da produção de macbooks também deverá vir da Malásia, enquanto a Irlanda será responsável por outros produtos mais simples.
A companhia também tem incentivado a migração de empresas como a TSMC, a empresa de Taiwan que lidera o mercado de Chips. Em 2014 a TSMC construiu sua primeira fábrica nos EUA.
No Brasil, a Foxcoon instalou por aqui uma linha de produção no interior do Estado de São Paulo, em 2012.
A indústria brasileira foi construída com o objetivo de superar as barreiras de importação, com os impostos tornando quase proibitivas as vendas da empresa no Brasil.
O resultado foi relativamente fraco, com a falta de engenheiros pesando na produção. Agora, em meio a uma escalada de tensões entre Taiwan e China, a planta deve começar a produzir o Iphone 14. Ainda não está claro se a Apple pretende exportar os produtos produzidos por aqui, mas um dos fatores cruciais, o custo da mão de obra, pode pesar a favor.
Entre 2005 e 2016, o salário de um operário industrial na China saltou de US$1,2 para US$3,6, enquanto no Brasil o resultado foi uma queda de US$2,9 para US$2,7 por hora.
Ainda que este fator tenha pouca relevância no preço final de um iPhone, ele pode ser um indicativo para a Apple, ou outras companhias globais que já não veem a China como um local de mão de obra barata. Neste cenário, a concorrência brasileira se daria não com a Índia e Vietnã, mas com o México, que possui desde 1994 um tratado de livre comércio com os EUA.
A expectativa é de que a produção de Iphones na Índia represente 5% do total, ou 10 milhões de iphones em 2023, uma alta considerável em relação aos 6,5 milhões produzidos no país em 2022.
No Brasil, não há números isolados, mas os Iphone 14 já têm sido vendidos, ao menos internamente, com selo de “made in Brazil”.
O plano da Apple para relocar a produção chinesa, porém, deverá ser lento e gradual.
A China responde hoje por 20% do faturamento da empresa, ou o equivalente a US$70 bilhões. Uma redução drástica da produção no país poderia ser encarada pelo governo como um “ataque”, levando a uma retaliação. Outro medo da companhia é que uma campanha nacionalista e anti-americana poderia gerar impactos na aquisição de produtos americanos por chineses.
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