Após 3 semanas de debates em torno do segundo turno e a pressão por anúncios de intenções econômicas, a equipe do candidato Lula divulgou por meio de seu vice, Geraldo Alckmin, o que deve vir a ser o norte da proposta econômica petista: a reforma tributária.
Na prática, a campanha petista deve retomar a proposta do economista Bernard Appy.
Appy, formado pela USP, possui um longo histórico com o Partido dos Trabalhadores, o que o credenciou para ocupar o cargo de Secretário de Política Econômica entre 2003 e 2008, mas também possui interlocução para além do partido, algo ressaltado no início do primeiro governo Lula, de agenda mais ortodoxa (ou neoliberal para ficarmos no hit dos anos 90).
A proposta de Appy para a tributação possui como foco central a simplificação tributária. Na prática, o governo pretende enviar ao congresso um Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que irá substituir 5 impostos hoje incidentes sobre o consumo.
Serão extintos 3 impostos federais, o IPI, PIS e Cofins, além de um estadual (ICMS), e um municipal (ISS).
O objetivo central do IVA está em simplificar a tributação, extinguindo benefícios específicos. Com isso, a forma como a produção é organizada pouco importa.
Tamanha disfuncionalidade do sistema tributário brasileiro, leva empresas a aplicarem recursos buscando a forma mais eficiente sob o ponto de vista dos impostos e não sobre a forma mais lucrativa.
Uma estimativa da FGV aponta que, caso concretizada a reforma, o país pode ter um ganho de até 20% no seu PIB per capita em um prazo de 15 anos.
A redução da chamada má alocação de capital, é um dos pontos centrais da reforma proposta por Appy, mas não se restringe a elas.
Na última década, o país passou por um processo de desinflar o chamado “crédito direcionado”, isto é, a quantidade de crédito que possuía uma finalidade e taxa de juros específica.
Outro ponto fundamental na reforma tributária está na desoneração dos investimentos. Hoje, uma empresa que decida comprar máquinas e equipamentos, precisará pagar IPI sobre este investimento, o que reduz a atratividade de mecanização e aumento da produtividade (a riqueza produzida por trabalhador).
Com a reforma tributária na PEC 45, os impostos pagos sobre equipamentos e outros investimentos podem ser abatidos do total pago.
Para o setor de serviços, porém, a PEC implica em maior alíquota de impostos. Setores como advocacia, por exemplo, terão de pagar alíquotas de impostos maiores, o que é, em suma, onde reside a maior resistência contra sua aplicação.
Para efeito de comparação, um estudo da Confederação Nacional da Indústria, a CNI, estima que de cada R$100 em receita, a indústria paga em torno de R$43 em impostos, contra R$23 dos serviços e R$6 do setor agrícola.
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