O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, confirmou que o Banco Central do país emitirá notas de 20 mil (aproximadamente R$ 120) e 50 mil pesos (cerca de R$ 300) em resposta à alta inflação.
Atualmente, a maior nota em circulação na Argentina é a de 2 mil pesos argentinos, equivalente a cerca de R$ 10, que começou a circular em maio deste ano.
Milei, em entrevista ao canal argentino La Nación+, explicou que a necessidade das novas notas surge da dificuldade de transacionar dinheiro vivo devido ao grande volume de papel necessário. Nesse sentido, ele descreveu a situação como uma “tortura”, destacando que carregar grandes quantidades de dinheiro coloca as pessoas em risco de roubo.
“ A coisa do dinheiro é uma tortura. Imagine que você tem que fazer um pagamento em dinheiro e tem que carregar um maço de papéis. É como colocar uma etiqueta na sua testa que diz ‘roube aqui’. É óbvio que você está carregando dinheiro”, disse ele durante entrevista ao LN+.
Política monetária de Milei
O Banco Central da Argentina, contatado pela CNN, informou que a diretoria da entidade ainda não oficializou a emissão das novas notas e que não há previsão de data para isso. No entanto, um porta-voz da instituição indicou que isso pode acontecer em breve.
Nesse sentido, Milei atribuiu as dificuldades desse cenário aos governos anteriores. “Entendo que os Kirchneristas usaram este truque para tentar reduzir a velocidade de circulação do dinheiro. Mas nós, como parte do nosso programa fiscal, monetário e cambial, fechamos a torneira monetária. Tanto a nível dos Leliqs como a nível dos nível do déficit.” procurador”, acrescentou.
Leliq trata-se da taxa de referência para a política monetária que é aplicada às Letras de Liquidez (Leliq). Além disso, são emitidas pelo Banco Central com vencimento de 28 dias e disponibilizadas em bancos comerciais.
Nessa linha, Milei garantiu que “a quantidade de dinheiro só se moverá” quando a sua administração comprar dólares “porque isso é um pedido reconvencional”. “Se você tirar o que acontece no setor cambial, a quantidade de dinheiro seria fixa. Aí está a âncora: você fecha a torneira do Banco Central, fecha a torneira do Tesouro e aí a quantidade de dinheiro não cresce”, explicou.
Inflação na Argentina existe há décadas
A inflação na Argentina atingiu 12,8% em novembro, com um acumulado de 160,9% nos últimos 12 meses. Em dezembro, após Milei assumir o cargo e o fim dos controles de preços, os aumentos de preços dispararam no país. Estima-se que a inflação de dezembro fique entre 25 e 32%.
A métrica no curto prazo pode ser um dos sintomas da desvalorização da moeda, medida feita por Milei. Contudo, Milei trouxe o preço do câmbio oficial mais próximo ao dólar blue, o que realmente é usado pela população. Dessa forma, a exportação pode se tornar mas atraente, e o país fazer um maior caixa em moeda forte no médio prazo.
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