Participe da
Comunidade Ícone Whatsapp
Blockchain

Kevin O’Leary: Binance é um monopólio desregulado

O juiz do Shark Tank americano, conhecido como Mr. Wonderful, testemunhou no Congresso americano hoje sobre os eventos envolvendo o colapso da FTX.

Kevin O’Leary que recentemente declarou ter recebido US$15 milhões da FTX, tornando-se garoto propaganda e sócio da empresa, discursou sobre o caso alegando que o colapso da FTX ocorreu em função da Binance. 

Segundo o investidor, o caso deveria servir de alerta sobre o poder que a Binance tem adquirido sobre o mercado. Em outubro deste ano, a corretora fundada em 2017 por Changpeng Zhao, teria sido responsável por negociações estimadas em até US$1,6 trilhão envolvendo crypto, ou metade do mercado.

O colapso da FTX, que se iniciou após CZ alegar que venderia seus tokens FTT, emitidos pela própria FTX, desencadeando uma espécie de corrida bancária, garantiu a Binance um distanciamento sobre a terceira colocada, a Coinbase. 

Agora, sem o maior concorrente no jogo, a Binance luta para provar as próprias reservas, advogando por uma mudança em termos de transparência das exchanges. Segundo divulgou o próprio CZ, a Binance possui ao menos US$62 bilhhões em cold wallets, o que apontaria que a exchange é segura.

Em outra consequência da saída da FTX do jogo, a Binance tem buscado se consolidar como “salvadora” do mercado, angariando recursos para um fundo de US$2 bilhões que possa garantir liquidez a projetos envolvendo crypto.

Essa mesma estratégia foi tentada por Sam Bankman-Fried após o colapso de Luna. SBF levantou recursos de cerca de US$1 bilhão para aportar em ao menos 500 projetos envolvendo criptoativos, como apontou o Financial Times em matéria sobre a complexidade dos laços desenvolvidos pela FTX e Alameda Research.

Apesar de buscar mostrar força, a Binance tem sofrido com a desconfiança sobre exchanges centralizadas. Na terça-feira (13), a corretora de origem chinesa teve 40 mil bitcoins sacados, algo como US$7,2 bilhões. O maior saque diário já realizado. 

Estando sozinha no mercado, como levanta O’Leary, a Binance tem se fortalecido também para entrar em outro campo onde a FTX clamava ser dominante: a ação junto aos reguladores.

Mesmo no Brasil, onde possui cerca de 47% do mercado, a Binance teria sido responsável por convencer o congresso brasileiro a não incluir uma cláusula sobre separação de ativos de exchanges e clientes, justamente o que ocorreu com a FTX, que desviou cerca de US$10 bilhões de clientes para a Alameda Research, o hedge fund também criado por SBF.

Ainda que “enviesado” pela situação, o depoimento de O’Leary, conhecido pela sua trajetória como investidor, deve ganhar peso junto ao Congresso, tornando plausível que a regulação americana se torne ainda mais pesada sobre o setor. 

**Em Nota enviada ao Blocktrends, a Binance reforçou que não possui qualquer relação com o governo chinês. A empresa mencionou ainda que possui autorização legal para operar em 14 países, incluindo França, Espanha e Itália e que trabalha juntamente aos reguladores em busca do desenvolvimento de um ambiente regulatório. A empresa reforçou ainda que possui posição sólida de caixa e mantém ativos em paridade de 1:1 com recursos dos clientes.

Assista ao depoimento:

Clique aqui e inscreva-se agora em nosso canal do YouTube e fique por dentro das últimas novidades em cripto.

Notícias relacionadas



Warren Buffett sorteia Bitcoin no TikTok, mas óbvio que é golpe com DeepFake Brasil quer cobrar direito autoral da Amazon pelo uso do nome Há 10 anos, um universitário recebeu 22 Bitcoins após viralizar na TV Golpistas usam deepfake do Elon Musk para pedir doações em cripto; e conseguiram US$165 mil MPSC Bloqueia R$27,4 Milhões de Empresa Suspeita de Pirâmide Financeira