A declaração do Presidente Lula, comparando as ações israelenses em Gaza às dos nazistas durante o Holocausto, destruiu as relações diplomáticas entre Brasil e Israel. Nesse sentido, o país que é centro de inovação, berço de startups e de tecnologia bélica agora quer cortar relações com o Brasil.
Nesse sentido, a fala de Lula pode impactar significativamente dois importantes projetos da Força Aérea Brasileira (FAB). Além do exército israelense já ter tido bom relacionamento com o Brasil, ajudando em crises como de Brumadinho, diversos impactos podem ser vistos mais a frente.
Durante uma visita à África, Lula fez a comparação, gerando uma reação negativa em Israel, com críticas severas do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu. Nesse sentido, causando também a declaração de Lula como Persona Non Grata pelos israelenses, além da iminente saída do embaixador brasileiro do país.
Impactos na FAB
Essa crise política tem o potencial de afetar diretamente o setor aeronáutico, especialmente os projetos do caça Gripen e do cargueiro KC-390 da FAB, que dependem de tecnologia israelense.
A AEL Sistemas, subsidiária da israelense Elbit Systems e com participação de 25% da Embraer, é responsável por componentes críticos dessas aeronaves, incluindo o grande display do Gripen e a suíte eletrônica do KC-390.
A situação lembra o caso da Colômbia, que, após romper relações com Israel, enfrentou a perda de apoio logístico para sua frota de caças Kfir, fabricados pela Israel Aerospace Industries (IAI).
Portanto, isso coloca em risco a operacionalidade dos caças colombianos nos próximos meses, destacando as possíveis consequências de uma deterioração nas relações com Israel para o Brasil.
Além disso, a crise pode afetar outros projetos da FAB que envolvem tecnologia israelense, como os aviônicos de diversas aeronaves e os veículos aéreos não tripulados (VANTs), também fabricados pela Elbit e pela IAI. Ainda é cedo para prever os desdobramentos exatos dessa situação, mas as tensões entre Brasil e Israel não mostram sinais de desescalada no momento.
Impactos no Agro
Além disso, Israel é líder mundial em tecnologias agrícolas. Especialmente em sistemas de irrigação por gotejamento e tratamento de água. Inclusive, a tecnologia surgiu no país para prosperar no deserto.
Conforme dito pelo presidente da Embrapa, em 2022, Celso Moretti, o balanço da agenda em Israel havia sido bastante positivo. O país estava avançando em colaborações com a Embrapa há alguns anos.
“Israel investe 4,5% do PIB em C&T – é o país que mais investe, no mundo, em capacitação (65% dos produtores possuem curso superior). Também investe em empresas de base tecnológica, principalmente no agro: são 500 agtechs, num país quase 400 vezes menor que o Brasil e que possui aproximadamente 1500 agtechs”, disse.
“O segredo desse desenvolvimento é o estímulo à inovação”, referindo-se ao potencial de transformação da economia nacional. No Brasil são destinados 1,3% do PIB em C&T. “Eles são uma das maiores nações de empresas de base tecnológica do mundo, com mais de 7.100 startups – o correspondente a uma para cada 1.400 habitantes do país”, destacou.
Energia, medicina e tratamento de água
Além da agricultura, Israel fornece tecnologias avançadas para tratamento e reuso de água, que são utilizadas no Brasil para gestão de recursos hídricos e saneamento.
O Brasil também sempre teve interesse nas tecnologias israelenses relacionadas a energias renováveis. Por exemplo, energia solar e eólica, buscando diversificar suas fontes de energia.
Por fim, o setor farmacêutico brasileiro também se beneficia de medicamentos e tecnologias biotecnológicas desenvolvidas em Israel. Assim, incluindo produtos para tratamento de doenças crônicas e raras. A própria ANVISA tem um longo histórico de cooperação com Israel.
$100 de bônus de boas vindas. Crie sua conta na melhor corretora de traders de criptomoedas. Acesse ByBit.com