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Economia

Como a Oi foi de R$114,7 a R$0,23 na bolsa em uma década

Queridinha do governo, a empresa apostou em crescer por aquisições, deixando de lado a própria capacidade de investir.

Foi em 13 de Junho de 2008 que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), promoveu uma alteração na lei que regulamenta as outorgas de telecomunicações no país. 

Foi assim, por meio de uma mudança na regulação, que a fusão entre a Oi e Brasil Telecom se tornou possível, gerando assim um dos maiores expoentes do programa de campeões nacionais, a “SuperTele”.

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Apesar de nunca ter sido gerida por um programa de fato, a política de campeões nacionais, colocou o BNDES, o banco nacional de desenvolvimento, em favor da criação de mega conglomerados nos mais diversos setores.

Seja na formação de uma gigante em proteína animal (JBS), na área de papel e celulose (Fíbria), ou na área de alimentos (BRF), o governo pretendia criar empresas grandes o suficiente para concorrer no exterior. 

O caso da Oi, se tornou um dos mais emblemáticos.

A empresa tem origem ainda nas privatizações, quando fundos de pensão de empresas estatais, o próprio BNDES e empresas privadas adquiriram o controle da chamada Tele Norte Participações, ou Telemar. 

Nos anos seguintes, a Telemar prosseguiu com um agressivo modelo de aquisições de outras empresas, até que, em 2006, todas elas se fundiram sobre o nome de “Oi”, a maior empresa de telefonia fixa e a quarta maior em telefonia móvel no país.

A fusão de 2008, da Brasil Telecom, criava uma gigante nacional, tendo em vista que a Oi era forte no Nordeste, Norte e Sudeste, enquanto a Brasil Telecom era forte no Sul e Centro-Oeste.

Na ocasião, a Oi pagou R$5,38 bilhões, um valor considerado acima do de mercado, em especial pois as duas empresas eram consideradas endividadas.

A fusão, que contou com aval e recursos do BNDES, seria abençoada pelo governo, em especial pois a Oi era a maior empresa brasileira no setor.

A supertele nacional concorreria com a Telecom Itália (Tim), com a Vivo (da espanhola Telefónica), e a Claro, de propriedade do mexicano Carlos Slim.

Em 2013, a Oi daria mais um passo em falso, com a fusão junto a Portugal Telecom.

Os problemas se tornaram evidentes quando, em meio a fusão, a Portugal Telecom não depositou recursos da ordem de R$3,2 bilhões, pois o valor acordado estava investido em títulos podres do banco português Espírito Santo, que declarou falência logo após a fusão. 

Sem os recursos, a expansão da Oi travou. 

Na prática, a Oi havia se juntado a outra empresa também em situação bastante ruim financeiramente. 

Na ocasião, a Oi se tornou uma colcha de retalhos, repleta de subsidiárias, como a Africatel, com resultados fracos, que lhe davam tamanho, mas não garantiam caixa para expansão.

Com recursos de sobra disponibilizados por bancos públicos e boa vontade do governo, a Oi seguiu confiante em compras, mas não se ocupou de crescimento orgânico. 

Na última década por fim, a companhia viu um crescimento do setor de telefonia móvel, onde era mais fraca, e um abandono da telefonia fixa, seu ponto forte.

Repleta de dívidas de aquisições passadas, a Oi entrou em recuperação judicial em 2016, com R$65 bilhões em dívidas e sem qualquer fôlego para investir em áreas como fibra ou telefonia móvel.

Ao longo da recuperação judicial, a companhia que chegou a valer R$114,70 em junho de 2012, foi se desfazendo um a um se seus negócios.

Em dezembro de 2020, a companhia vendeu seu negócio de telefonia móvel por R$16,5 bilhões, para as 3 concorrentes.

Em julho de 2021, a Oi vendeu sua divisão de Fibra Óptica, para o BTG por R$12,9 bilhões.

Na prática, a empresa tornou-se uma holding administradora de dívidas e de alguns poucos negócios que lhe geram dividendos para continuar pagando os credores. 

As perspectivas da empresa, porém, parecem cada vez menos atraentes, levando suas ações a serem vendidas hoje a R$0,61.

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