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Economia

A armadilha da dívida da China e a Argentina

Iniciativa do governo chinês prevê interconectar os continentes com um investimento total de $5 trilhões em obras de infraestrutura, facilitando assim exportações e importações chinesas. O resultado, porém, tem sido contratos nada transparentes e condições inviáveis para diversos países.

As Olimpíadas de Verão em 2008 na China representaram um marco na projeção de poder do gigante asiático. O evento, cuja audiência rivaliza apenas com a Copa do Mundo, contou com uma figura até então pouco conhecida como principal organizador: Xi Jinping.

O sucesso do evento fez Xi superar concorrentes políticos na briga pela sucessão de Hu Jintao. Com o feito, Xi se tornou então o líder do partido e do país mais populoso do mundo.

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Em meio a outra Olimpíada, desta vez a de inverno, a China espera ampliar seu poder, desta vez um pouco menos “soft”.

O mega evento, realizado também em Beijing, ou “Pequim” na tradução, foi palco da apresentação do novo Yuan Digital, a criptomoeda estatal chinesa, um projeto que pode levar ao aumento do controle do país sobre o comércio, além da privacidade de seus cidadãos.

Uma outra iniciativa, a “One Belt, One Road”, ou simplesmente a “Nova Rota da Seda”, também ganhou espaço no evento.

Únicos dois presidentes do ocidente a comparecerem ao evento, Alberto Fernandez da Argentina e Guillermo Lasso, foram para a China em condições distintas para tratar do mesmo assunto: renegociação de dívida.

No caso de Lasso, liberal, a ideia é renegociar empréstimos com o país da ordem de $18 bilhões. Um dos motivos: os juros cobrados.

Ao contrário do FMI, que concordou em emprestar dinheiro ao Equador em taxas de 2,9% ao ano, os chineses cobram ao menos 4 pontos percentuais a mais.

Os empréstimos chineses ao país começaram em 2008, sendo elevados pelo governo de Rafael Correa, com foco em infraestrutura. O motivo, claro, foi o fato de Correa ter dado um calote (chamado por aqui de auditoria), o que lhe fechou as portas de outros investidores internacionais.

O caso do Equador não é único, e a alternativa é via de regra a mesma: renegociar as parcelas e a dívida em cima de mais benefícios a empresas chinesas ou condições mais favoráveis.

No caso de outro país, o Sri Lanka, a dívida com bancos chineses se referia a construção de um porto em Hambantota. O resultado, porém, foi bastante similar.

Após anos buscando a renegociação de sua dívida, o Sri Lanka acabou topando um acordo segundo o qual a China Merchants Ports assumiu a concessão do porto por 99 anos.

Nas Filipinas, o presidente que assumiu após contratos similares, declarou que os acordos do país com a China apenas seriam compreensíveis a um bêbado, tamanha desvantagem comercial.

O termo para designar casos como este têm sido chamados de “diplomacia de armadilha da dívida”, segundo o qual o país com pouco acesso a crédito, como a Argentina, vê na China uma oportunidade, e após dificuldades em pagamento, amplia concessões diplomáticas ao gigante asiático.

No caso argentino, o acordo com a China remonta a investimentos de $23,7 bilhões.

Em dificuldade para atrair investimento internacional, a Argentina entra no clube de países que veem nos bolsos chineses uma oportunidade de preencher essa lacuna.

O clube de nações que mantém contratos similares com bancos chineses já supera 60 países, com dívidas da ordem de $338 bilhões.

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