Cristina Junqueira, cofundadora e Chief Growth Officer do Nubank, afirmou nesta terça-feira (23) durante um podcast que a empresa não descarta a possibilidade de voltar a operar na Argentina. Contudo, obviamente isso acontecerá apenas caso as condições macroeconômicas do país melhorem.
As declarações foram feitas em uma entrevista para o podcast ‘La Estrategia del Día’, da equipe da Bloomberg Línea no México. Nesse sentido, Junqueira destacou que a Argentina é um mercado grande com muitas pessoas que poderiam se beneficiar de mais opções e melhores serviços.
No entanto, ela ressaltou que o país é complexo para navegar, e uma maior estabilidade no ambiente macroeconômico seria necessária para considerar um retorno. O Nubank iniciou suas operações na Argentina em junho de 2019. Na época, a empresa abriu um escritório em Buenos Aires e contratou 12 funcionários.
Contudo, a fintech decidiu deixar o país pouco tempo depois, focando no crescimento em mercados como Brasil, México e Colômbia. Atualmente, o Nubank possui um valor de mercado superior a US$ 40 bilhões, posicionando-se entre os quatro maiores bancos do Brasil em 2023.
Portanto, ainda é arriscdo voltar para a Argentina. O terceiro maior país da América Latina em população e PIB, enfrenta desafios econômicos há anos. Entre eles, uma das taxas de crédito em relação ao PIB mais baixas do mundo e inflação massiva.
Vale ressaltar que a Argentina foi destaque no último relatório da Chainalysys, empresa de análise em blockchain, sobre adoção de cripto na América Latina. Nesse sentido, A Argentina liderou em termos de volume absoluto de transações de criptomoedas. O país recebeu cerca de US$ 85,4 bilhões durante o período de 12 meses entre junho de 2022 e julho 2023. Além disso, o mesmo relatório indica que 63% dos usuários preferem uma plataforma centralizada.
Dito isso, atualmente na Argentina é possível negociar criptoativos através da Bitso, Mercado Pago (apenas dentro da plataforma) e corretoras internacionais. Contudo, o Nubank tem sua própria plataforma de negociação de criptoativos, o que seria interessante no país que recorre à syablecoins para se proteger da inflação.
Nubank tem fé na Argentina
As declarações foram feitas no contexto em que o novo governo de Javier Milei volta a acumular dólares, e deve ter um superávit ainda em 2024, segundo relatório do Bank of America. Apesar dos desafios, Junqueira enfatizou que a porta para a Argentina não está definitivamente fechada, e o Nubank poderia reconsiderar a operação no país. Ela comentou ter esperança de que a Argentina siga um caminho melhor e que a população tenha mais estabilidade.
Um dos pontos trazidos no relatório, produzido pelo estrategista de economia e finanças do Bank of America para América Latina, foi acerca do ajuste fiscal proposto por Milei. Conforme o analista, o ajuste pode reverter o quadro de déficit nas contas públicas já em 2024.
A expectativa do analista é de que a Argentina saia de um déficit de 2% do PIB em 2023, para um superávit de 1% do PIB neste ano. Além disso, as expectativas do governo miram mais alto, e preveem um superávit de 2% do PIB no período.
Todavia o caminho ainda é longo. Em outubro de 2023, os empréstimos em pesos para o setor privado argentino representavam apenas 6% do PIB. Para efeito de comparação, o número é de 44% na Colômbia em 2022.
No fechamento do terceiro trimestre de 2023, o Nubank contava com 89 milhões de clientes e reportou uma receita recorde de US$ 2.000 milhões, resultando em um lucro líquido de US$ 303 milhões.
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