Uma fala do ministro da previdência Carlos Lupi sugerindo rever a reforma aprovada em 2019 não pegou bem diante do mercado de títulos.
Com um valor de R$12,3 trilhões, o mercado de títulos é o maior do país, superando o mercado acionário em cerca de 3 vezes. Agora, este mercado se mostra ainda mais preocupado de que as condições fiscais não devem dar folga tão cedo.
A expectativa do mercado é que uma revisão da reforma da previdência poderia prejudicar o resultado do orçamento da União.
Em novembro de 2022, a previdência apresentava um rombo de R$267 bilhões, uma alta de R$12,5 bilhões frente ao mesmo mês de 2021. Já o resultado do Tesouro equivalia a um superávit de R$317 bilhões, uma alta de R$110 bilhões frente a 2021.
Apesar da alta, o déficit da previdência equivale a uma queda quando considerada a inflação no período. Descontando o IPCA, o déficit da previdência caiu 4,8%, apontando os efeitos da reforma.
O orçamento público é um indicador relevante do mercado de juros dado que aponta o tamanho da necessidade de financiamento da União. Como os juros são o preço do dinheiro, quando a União aumenta sua demanda por recursos para se financiar, o preço do dinheiro sobe.
Com a maior taxa de juros do mundo atualmente, o Brasil via para 2023 uma expectativa de que os juros pudessem começar a cair novamente no segundo semestre deste ano. Com a mudança de rumos no orçamento federal, incluindo a PEC da Transição, a expectativa passou a ser da manutenção dos juros neste patamar.
Com o custo do dinheiro em alta, as empresas acabam sofrendo com custos maiores, o que acaba afetando seu valor de mercado e ajudando a derrubar a bolsa como consequência.
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