Tim Buckley, o CEO da gestora americana Vanguard, com US$7 trilhões em ativos sob gestão, têm criticado a ideia de investimentos chamados de “ESG”.
O conceito, que engloba critérios de Meio-Ambiente (Environmental), Social e Governança, foi cunhado em 2005 após uma conferência das nações unidas, tendo se tornado um norte para investidores.
Desde então, fundos focados em ESG atraíram bilhões de investidores.
O resultado, porém, não tem sido dos mais animadores. Até o momento os fundos com enfoque nessas 3 questões, tem cobrado taxas maiores de clientes, de 0,15% em média, contra 0,09% de fundos multimercado, e entregado resultados piores.
O retorno dos ativos, porém, não é a única questão que pesa sobre tal agenda.
A composição dos fundos ESG têm sido criticada, uma vez que pode ser resumida em: ações do S&P, o principal índice da bolsa americana, exceto empresas de petróleo.
Companhias como Apple ou Coca-Cola, criticadas por ativistas pelo lixo eletrônico e plástico que produzem, estão entre as melhores rankeadas entre investidores ESG.
A Vanguard, uma gestora conhecida por posições relevantes em ETFs e fundos passivos, tem notado que o processo contraria também o interesse dos clientes.
Segundo Buckley, seu dever fiduciário com os investidores está em entregar o melhor retorno ao menor custo, não em criar novos custos para entregar retornos menores.
Larry Flink, o CEO da Blackrock, outra gigante com US$10 trilhões em ativos sob gestão, também tem entendido que a mudança não é exatamente fácil. Flink foi criticado recentemente por não agir “rápido o suficiente”, enquanto é criticado por outros de “agir de maneira rápida demais”.
Como declarou durante o Fórum de Davos, o CEO da Blackrock resume que a disputa por um mercado com foco mais sustentável acaba desagradando ambos os lados da discussão, sem resultados significativos.
A mudança de tom ocorre junto a retirada da Vanguard de um grupo de 5 gestoras que controla conjuntamente US$59 trilhões em ativos.
O montante de investimentos em fundos ESG também viu uma queda significativa em 2022, de 76% para US$153 bilhões, com quase 90% dos recursos concentrados em países europeus.
Sob ataque de congressistas, a agenda ESG têm sofrido nos EUA, mas parece intacta na Europa, mesmo em um ano difícil para o setor de energia com a invasão da Ucrânia.
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