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Blockchain

Ethereum faz um ano após The Merge; o que mudou e o que ainda precisa mudar?

Desde então, o Ethereum emitiu 680,455.31 ether (ETH) e queimou 980,377.87 ether, resultando em uma redução líquida na oferta de 299,922.50 ether.

No dia 15 de setembro de 2022, exatamente um ano atrás, o Ethereum implementou uma atualização crucial, o The Merge, que alterou o mecanismo de consenso da maior blockchain de contrato inteligente de prova de trabalho (PoW) para prova de participação (PoS).

A atualização, junto com a London Fork, visa criar um ambiente desinflacionário. Ou seja, parte do que for gasto com taxas na rede serão queimadas, e outra parte distribuída aos validadores.

Desde então, o Ethereum emitiu 680,455.31 ether (ETH) e queimou 980,377.87 ether, resultando em uma redução líquida na oferta de 299,922.50 ether, conforme o site ultrasound.money. Em termos percentuais anualizados, a oferta diminuiu em 0,249%.

Se o Ethereum tivesse operado como uma blockchain de prova de trabalho, a oferta líquida teria aumentado em mais de 3,8 milhões ou 3%. A transição para o PoS removeu uma quantidade significativa de oferta de mineradores do mercado.

Ethereum agora é queridinho entre amantes do ESG

Após sua transição para o modelo de consenso baseado em prova de participação, a fundação Ethereum diz ter alcançado uma enorme redução no consumo de energia, bem como uma melhoria significativa no acesso à rede.

A mudança mais notável após o Merge foi a transição de um mecanismo de consenso PoW que consome muita energia para PoS. Como resultado, o consumo total de energia da rede Ethereum diminuiu drasticamente.

De acordo com dados do Cambridge Centre for Alternative Finance, o consumo de energia da rede Ethereum caiu mais de 99,9% em relação aos cerca de 21 terawatts-hora de eletricidade que usava quando estava operando sob PoW.

Desse modo, empresas começaram a olhar de outra forma para a rede de contratos inteligentes. Além disso, o Ethereum liderou o primeiro ranking ESG de blockchain, seguido por Solana e Cardano. Enquanto que, o Bitcoin ficou para trás devido ao uso de energia pesada advindo da mineração, de acordo com a pesquisa da empresa de dados de criptoativos CCData.

Nesse sentido, o primeiro relatório do gênero da CCData, criado em conjunto com o Crypto Carbon Ratings Institute (CCRI), avaliou 40 dos maiores ativos digitais. A pesquisa avalia parâmetros como descentralização, segurança e impacto climático. Ademais, um ano após o Merge, a rede agora seria 99% menos cara de manter do que a antiga versão. 

Próximos passos

Todavia, o The Merge não é o último passo da rede, nem de longe. Vitalik Buterin, co-fundador, comentou sobre o roadmap da blockchain, e vem administrando a equipe para alcançar o objetivo.

Enquanto falava na Conferência Anual da Comunidade Ethereum (EthCC) em Paris em 2022, Buterin revelou que “após a fusão, poderemos construir um cliente Ethereum que nem sabe que a fase de prova de trabalho aconteceu”.

“Os defensores do Bitcoin (BTC) consideram o Bitcoin 80% completo, mas os apoiadores do Ethereum acreditam que o Ethereum está apenas 40% completo. Após o The Merge, que deve ser concluído em setembro, o Ethereum ainda estará cerca de 55% completo”, disse.

The Surge:

Após “The Merge”, a próxima fase é chamada de “The Surge”. Esta fase visa aumentar a escalabilidade da rede Ethereum através de uma técnica chamada “sharding”. O “sharding” é uma tecnologia em que o blockchain é dividido em várias partes, com cada parte sendo responsável por uma função específica. Isso ajuda a aliviar o tráfego da rede e, consequentemente, aumentar a escalabilidade. Um exemplo de blockchain que já utiliza “sharding” é o Near Protocol (NEAR).

The Verge:

Desse modo, após o “The Surge”, a próxima atualização planejada é “The Verge”. Esta fase implementará a chamada “Árvore Verkle”. Em termos simples, o Verkle será semelhante à “Árvore Merkle”, uma estrutura utilizada pelo Bitcoin e outras criptomoedas para codificar dados blockchain de forma eficiente e segura. O objetivo é fazer com que a rede Ethereum confie totalmente no Verkle para armazenamento de dados e segurança da rede. Buterin acredita que esta fase será benéfica para a descentralização.

The Purge:

A penúltima etapa é chamada de “The Purge”. Esta fase abordará a declaração de expirações e a remoção de tecnologias antigas que se tornaram irrelevantes após as várias atualizações. O objetivo principal de “The Purge” é reduzir a quantidade de espaço necessário no disco rígido e simplificar o protocolo Ethereum ao longo do tempo, sem exigir que os nós armazenem todo o histórico.

The Splurge:

A última fase é chamada de “The Splurge”. Buterin descreveu esta fase como “todas as outras coisas divertidas”, sem entrar em detalhes específicos.

Pontos que precisam melhorar

Porém, nem tudo são flores após o The Merge. Desse modo, ainda existem desafios a serem enfrentados pelo Ethereum. A Ethereum Foundation alertou os usuários de que a próxima atualização de Paris não reduziria as taxas de gás.

A redução das taxas de gás agora parece ser o principal desafio que a próxima atualização, chamada EIP-4844, está tentando resolver. Esta proposta visa reduzir as taxas de gás e aumentar o throughput de transações, introduzindo blobs para dados. A atualização está prevista para ser lançada ainda este ano.

Além das taxas, a centralização preocupa a comunidade. Desde a implementação do Merge, os provedores de staking líquido começaram a dominar o ecossistema da Ethereum.  Nesse sentido, mais de US$ 19,5 bilhões em ETH estão atualmente bloqueados na Beacon Chain através de protocolos de staking líquido.

A ameaça da Lido Finance

Desse modo, o protocolo Lido, em particular, emergiu como o líder dominante neste setor, sendo responsável por 72% de todo o Ethereum em staking. A dominância levantou preocupações sobre a centralização dos mecanismos de validação da Ethereum. A Lido controla 32,26% de todo o Ether em staking, o que equivale a mais de US$ 14 bilhões.

A comunidade Ethereum expressou preocupações sobre o nível de controle concedido aos provedores de staking líquido, especialmente à Lido Finance. Lachlan Feeny, CEO da Labry, elogiou os protocolos de staking líquido por removerem barreiras técnicas e econômicas da mineração.

No entanto, ele também destacou os desafios associados à centralização. Pelo menos cinco provedores de staking líquido da Ethereum estão trabalhando para impor uma regra de limite de participação de 22% para garantir que a rede Ethereum permaneça descentralizada. Contudo, a Lido optou por não fazer parte deste acordo, com 99,81% dos votantes rejeitando a proposta de autolimite.

Nesse sentido, Vitalik Buterin também destacou a centralização da rede como uma das principais preocupações. A maioria dos 5.901 nós ativos da Ethereum está sendo executada por meio de provedores centralizados da Web, como a Amazon Web Services. Inclusive Buterin comentou sobre, futuramente, o poder que rodar nós pelos celulares teria sobre a rede.

Isso expõe a blockchain da Ethereum a um ponto de falha centralizado. Buterin propôs o conceito de ausência de estado como uma solução, que reduziria os requisitos de dados para os operadores de nós a quase zero.

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