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Blockchain

EY comenta quais são os desafios enfrentados no projeto piloto do Real Digital

Em entrevista ao BlockTrends, sócia da EY comenta sobre participação no projeto piloto do Real Digital.

O Banco Central divulgou recentemente uma lista, contendo as instituições participantes do projeto piloto. Cada uma das 16 listadas, atualmente colabora diretamente com o desenvolvimento de tecnologias para a nova economia tokenizada. Durante evento da Febraban Tech 2023, o BlockTrends conversou com Thamilla Talarico. Ela é sócia-líder Blockchain e crypto da Ernst & Young (EY), uma das atuantes no piloto do Real Digital.

Talarico participou do painel “Real digital e o Brasil no mapa das tokenizações”, ao lado de Fábio Araújo, coordenador do projeto no BC. No que tange os desafios enfrentados durante o processo de testes, ela elenca pontos como o foco na privacidade, educação financeira e governança.

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Além disso, Talarico afirma que, junto com o Real Digital, e com a nova infraestrutura de mercado financeiro voltada para economia tokenizada existem “ganhos incríveis.” A proposta do CBDC do Banco Central, nativa no digital, é benéfica para a população. Além disso, para ela, quando comparada com as demais, tem um benefício em incluir as instituições reguladas e autorizadas na revolução da Web3.

“Acredito que essa é uma forma que a gente tem do próprio regulador fomentar a inclusão dessas instituições, que podemos chamar de tradicionais, mas que hoje tem a confiança do cidadão e com as quais o cidadão já está diretamente conectado”, diz.

A sócia-líder do EY relembra do exemplo citado pelo BC, onde diz acreditar que o caminho é em direção a um “super app”, onde o cliente vai poder ter acesso a toda essa nova economia, usando o Real tokenizado, ou não.

Sobre os desafios ao longo do projeto piloto, Talarico levanta a questão do trilema dos blockchains. Nesse sentido, tanto nos blockchains públicos, como privados, existe um trabalho a ser feito em pontos como privacidade, escalabilidade, segurança e governança.

Desafios tecnológicos do Real Digital

Por exemplo, em um blockchain que foque em um destes pontos, pode acabar pecando em outro. Resta definir o foco principal do Banco Central quanto às prioridades do Real Digital.

“Então, o desafio, principalmente, em relação ao Real Digital, é a discussão principal que a gente tem no piloto. É esse dilema, o trilema, né, mas eles falam mais da questão da programabilidade com a privacidade”, comentou.

O grande desafio do Banco Central, segundo ela, é a habilidade de testar e provar que essa tecnologia escolhida, no caso a Hyperledger Besu, vai funcionar tanto do ponto de vista de programabilidade, componibilidade, como do ponto de vista de privacidade.

“Para isso, a gente está até colaborando com uma das soluções de privacidade. O Banco Central disse no Fórum do Real Digital que vai testar duas a três soluções de privacidade durante o piloto, a gente deseja muito que uma delas seja nossa, que é o Starlight, que é uma solução basicamente de privacidade em Blockchains Públicas”, explica.

Vale ressaltar, que o BlockTrends também entrevistou a Parfin, empresa responsável por outra solução de privacidade que será testada pelo Banco Central para o projeto piloto. Contudo, Talarico comenta que a decisão de qual tecnologia será escolhida vai ser tomada em meados de agosto.

“Em suma, o grande desafio, do ponto de vista tecnológico, é esse. Conseguir equilibrar programabilidade, com privacidade. Existem outros desafios que não estão sendo atacados agora no piloto, que eu também destacaria, que é a questão de escalabilidade e governança”, diz.

Estes são temas que o Banco Central não está olhando agora, e que na visão da EY, vai precisar olhar o quanto antes. Além dos desafios tecnológicos, a líder na EY também aponta questões a serem tratadas no sentido de educação financeira.

Desafios na educação financeira

“Em relação aos desafios da economia tokenizada, um ponto que a gente levantou ontem no painel que eu acho que é bem importante trazer aqui, é a questão da educação financeira. Porque a gente sabe que a tokenização almeja gerar essa democratização, essa inclusão financeira democratizando o acesso também a crédito, a investimento e novas formas de seguro”, afirma.

Para Talarico, o esforço para solucionar esse desafio partiria dos institucionais, que vão oferecer esses serviços. “É uma adaptação interna”.

“A gente [EY], como consultoria, tem vivenciado isso junto com os clientes. Como é que eu adapto toda a minha operação, desde a minha estratégia de produto, a integração com sistemas legados, a capacitação interna desses times que estarão olhando para Smart Contracts, coisa que muita gente não conhece. Ou pra tecnologias criptográficas de privacidade, como o ZKP, que estávamos mencionando e até a questão de risco regulatório”, explica.

Nesse sentido, após a lei regulamentando as VASPs, e a nomeação do Banco Central como autoridade responsável, abrem um ambiente regulatório bastante amigável, coloca. Do ponto de vista da sociedade, Talarico destaca que há a necessidade de um letramento acerca da tecnologia.

A responsabilidade de educar será dos institucionais, segundo EY

Para ela, não é preciso explicar ao cliente final as tecnicidades envolvidas por trás do Real Digital. Em comparação, ela traz o exemplo do PIX. “Da mesma forma que eu não sei, quer dizer, eu sei, mas a pessoa ao lado talvez não saiba como é que funciona o Pix, que é uma mágica, mas ele não precisa saber”, diz.

Desse modo, o desafio para sociedade, segundo ela, é novamente repassado aos institucionais. Ou seja, são eles que vão precisar fornecer um acesso facilitado para o cidadão comum.

“Hoje, a partir do momento que a gente evolui com todo esse arcabouço regulatório, com autoridades sendo responsáveis por essa fiscalização e determinando as regras claras para operação, fica muito mais seguro para todo mundo, tanto para adoção institucional como para sociedade”, afirma.

No geral, ela diz acreditar que será benéfico para a sociedade. Apesar do desafio de entendimento, é necessário abstrair a complexidade nas tecnologias. O ideal é que o cliente final, nem perceba que está comprando um token.

Desafios em governança do Real Digital

“Blockchain realmente é uma tecnologia transformadora, acho que a gente tem que parar de falar de tecnologia, a gente tem que falar de produto, de serviço, de novas formas. Na minha opinião, o Banco Central diz que, por uma questão de educação financeira, também vai precisar entender que ele vai usar um Real Digital para liquidar um ativo digital, por exemplo, mas no futuro não vai precisar nem saber [sobre como funciona a tecnologia]”.

Isso porque, a entidade com quem o BC irá interagir como um banco ou Instituição de pagamento, é que vai fazer essa liquidação na ponta.

A sócia da EY comenta que um dos desafios envolvendo a parte de governança, é quase que paradoxal. De um lado, existe uma rede de distribuição, como um blockchain, que por natureza tem tecnologias descentralizadas. No entanto, do outro lado, existe o Banco Central, que como o próprio nome diz é um agente centralizador.

“A governança aqui vai estar sempre relacionada ao espectro da descentralização dessas redes. Então, no piloto do Real Digital, o Banco Central deixou claro no fórum de segunda-feira que vão ter quatro nós validadores. O tesouro vai ter dois nós, e cada instituição participante, cada consórcio vai ter um nó. Então, a gente tá falando agora de dezesseis nós do mercado, quatro nós do Banco Central e dois nós do tesouro”, explica

Talarico chama atenção para o fato de que o validador das transações, ao menos no projeto piloto, será bastante centralizado no Banco Central. Muitas dessas questões estão intrínsecas na utilização de um blockchain privado, como a Hyperledger Besu.

“Por mais que ela seja compatível com EVM, portanto consegue alcançar a programabilidade, a componibilidade do Ethereum, a governança que está sendo construída dentro dessa rede privada, a determinação é feita pelo Banco Central.”, finaliza a sócia-líder na EY.

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