De magnata das criptomoedas a figura central de um dos maiores escândalos financeiros da década. O julgamento de Sam Bankman-Fried, fundador da falida FTX, começa nesta terça-feira (3).
Quase que do dia para a noite, o “jovem bilionário de bermuda”, Sam Bankman-Fried, fez seu nome no mundo das criptomoedas. Bankman-Fried foi o fundador da FTX, uma das maiores e mais respeitadas bolsas de criptomoedas do mundo, até novembro de 2022.
Com uma filosofia baseada no “altruísmo eficaz”, Bankman-Fried buscava não apenas lucrar, mas também fazer a diferença no mundo, segundo ele dizia em suas diversas entrevistas. Sob sua liderança, a FTX atraiu bilhões em investimentos, e solidificou sua posição como uma potência no setor. O bilionário fez fortuna rápido, e saiu na capa da de revistas como People e Forbes.
A forma “humilde” com que se vestia, de bermuda e chinelo sempre, sempre atraíram olhares para Sam Bankman-Fried. Isso porque, o ex-CEO já tinha um apartamento de US$ 40 milhões nas Bahamas e administrava um império de criptomoedas avaliado em $32 bilhões. A FTX sozinha, já chegou a ser avaliada em US$ 25 bilhões.
Nesse sentido, a FTX foi uma empresa propagada por celebridades como Gisele Bündchen, Tom Brady, Stephen Curry, Naomi Osaka, David “Big Papi” Ortiz, e o Shark Tank Kevin O’Leary.
A queda de Bankman-Fried
No entanto, em outubro de 2021, uma série de eventos começou a desvendar o império de Bankman-Fried. Ele renunciou inesperadamente à sua posição na Alameda Research, um fundo de hedge de criptomoedas intimamente ligado à FTX.
Para muitos, isso foi visto como uma tentativa de separar sua imagem entre as duas entidades. Vale ressaltar que a CEO da Alameda, Caroline Ellison, também era a namorada de Sam Bankman-Fried na época.
Contudo, um tempo depois, um artigo do site CoinDesk em novembro de 2022 lançou dúvidas sobre a integridade financeira da Alameda. A reportagem revelou que ele tinha uma grande quantia de seus ativos em tokens FTT, a moeda nativa da FTX, e em outras moedas associadas a Bankman-Fried.
Após isso, o desespero fluiu pelo mercado, e ocorreu uma fuga em massa de investidores da FTX, levando a empresa à beira do colapso. Desse modo, em meio à turbulência, Bankman-Fried tentou manter uma fachada de normalidade, assegurando ao público que a FTX estava em boa saúde financeira.
Nessa época, a FTX suspendeu todos os saques, e o preço de seu token FTT despencou. Bankman-Fried renunciou ao seu cargo na FTX, e a empresa declarou falência. Apenas um mês depois, Bankman-Fried foi preso nas Bahamas, enfrentando acusações graves de crimes financeiros.
Atualmente, a FTX está em processo de reestruturação, comandado por John J. Ray III. O advogado é especializado em casos de falências abruptas como o da FTX, e tenta pagar os clientes. Além disso, existem outros processos, como o coletivo contra as celebridades que fizeram propaganda para a FTX.
No momento, Sam Bankman-Fried está detido em uma prisão no Brooklyn, Nova York. Ele aguarda julgamento preso, após ter sua fiança de vários milhões de dólares revogada por suposta manipulação de testemunhas.
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