A companhia sueca, fundada em 2006, por Daniel Ek e Martin Lorentzon, anunciou hoje que irá demitir cerca de 600 dos 9800 funcionários ao redor do mundo.
Dona do serviço de streaming de músicas mais popular do mundo, com 456 milhões de usuários, dos quais 195 milhões são pagantes, o Spotify permanece ainda como uma das raras companhias de tecnologia cujo lucro ainda é uma promessa distante.
O crescimento da base tem sido consistente. Desde 2015 o número de assinantes saltou de 22 milhões para os atuais 195 milhões. Já o total de usuários saiu de 77 para 456 milhões, apontando um aumento na participação dos usuários que são também assinantes.
Já a receita da empresa saltou de €2,94 bilhões em 2016 para €9,66 bilhões em 2021.
A última linha do balanço, entretanto, continua sendo uma incógnita para investidores. Desde 2009, o primeiro ano completo de funcionamento do app, que veio a público em 2008, dois anos após a fundação, o Spotify vê prejuízos consistentes.
Em 2020, por exemplo, o app viu perdas de €581 milhões, número que caiu para €39 milhões em 2021, levando investidores a apostarem que, finalmente, a empresa possa estar no caminho do lucro.
Também pouco usual foi a forma como o Spotify estreou na bolsa em 2018. O app fez seu IPO por meio de uma listagem direta, sem booking organizado por bancos e geralmente ancorado por investidores institucionais.
A listagem direta deixou os investidores um pouco atordoados, sem saber como precificar a ação. No fim, o Spotify viu suas ações subirem de US$132 para US$165,90, dando à empresa um valor de mercado de US$26,5 bilhões na ocasião.
Hoje o Spotify negocia a US$19,5 bilhões na New York Stock Exchange, NYSE.
Essa queda no valor das ações, somada a uma expectativa de menor crescimento global, o que reduziria o potencial de pessoas dispostas a pagar por uma assinatura de música, levou o Spotify a integrar a lista de companhias de tecnologia que anunciaram demissões.
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