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Carros elétricos geram 70% mais CO2 na produção conclui Volvo

Para que um veículo elétrico comece a se tornar menos poluidor do que um veículo movido a gasolina é preciso rodar ao menos 21 mil KMs. O vilão? As baterias.

Com a promessa de transformar as pickups e SUVs em veículos elétricos “ambientalmente corretos”, a Rivian Automotive chegou a bolsa americana avaliada em $139 bilhões, sem jamais ter faturado $1.

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A empolgação com empresas do tipo tem atraído investidores do porte de Jeff Bezos, e a Amazon, todos em busca de migrar a matriz energética global, criando um ambiente com baixa emissão de carbono e gases ligados às mudanças climáticas.

O caso da Rivian é mais um em uma longa lista de mudanças na área, com o mais conhecido sendo obviamente a Tesla e seu valor de mercado insano superior a $1 trilhão (mais do que a soma de todas as principais concorrentes somadas).

Para uma outra montadora tradicional, a Volvo, a questão é um pouco mais complicada do que parece.

A empresa lançou seu estudo mostrando o impacto em termos de emissões por parte dos “EVs”, os veículos elétricos. O estudo da Volvo considera os próprios carros da montadora, o C40 (elétrico), e o XC40 (a combustão).

No caso do veículo elétrico, as emissões até a produção do veículo são 70% maiores.

Para a Volvo, a compensação dessas emissões pode ser feita durante a vida útil do veículo, desde que sua utilização seja de fato prolongada.

O processo de mineração dos metais necessários em baterias é o maior vilão no estágio inicial.

Um outro estudo, desta vez feito com base em Tesla Model 3, mostra que um veículo do tipo precisa rodar ao menos 21,735 km até que se torne menos poluente do que um Toyota Corolla, por exemplo.

O caso fica ainda mais espinhoso quando se nota que a Tesla está no grupo de 15% das 500 maiores empresas do mundo que não possuem transparência quanto ao seu impacto ambiental.

Ao contrário, a Tesla é uma enorme beneficiária de venda de créditos de carbono por conta de seus veículos. Ainda assim, não informa seu próprio impacto, ao contrário de montadoras como GM e Ford, que possuem planos de neutralizar suas emissões até 2050.

Os desafios da indústria seguem além da própria produção, dependendo da própria estrutura do mercado para mudar.

Enquanto em 11 anos a Tesla teria colaborado pra reduzir em 3,7 milhões de toneladas as emissões de CO2, em 1 ano a Raízen, produtora de etanol brasileiro, reduziu as emissões em 5,2 milhões de toneladas.

A matriz energética que abastece os veículos também tem sido um problema.

Nos Estados Unidos, por exemplo, 61% da geração elétrica ainda depende de combustíveis fósseis. Na prática, o carvão, e não o petróleo, abastece parte dos carros “ambientalmente corretos”.

A mudança para uma matriz energética renovável, porém, segue em passo acelerado.

O grande objetivo das montadoras seguirá sendo uma transição para veículos elétricos, com investimentos de até $86 bilhões, como no caso da Volkswagen.

A curto prazo, a pressão segue sobre o setor de mineração, que precisará expandir a produção de inúmeros materiais, ao menos até que as baterias se tornem mais eficientes.

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