Direto do app do banco, o Bradesco decidiu dar a seus clientes a opção de calcular o seu impacto ambiental e contribuição para emissões de carbono.
Como parte da proposta, o banco promoveu um vídeo onde 3 jovens dão “dicas” para reduzir sua pegada de carbono, entre elas, a adoção de um movimento chamado “segunda sem carne”.
O movimento não é novo, muito menos se iniciou no Brasil. A ideia é reduzir ao menos parte das emissões vindas da agropecuária.
Segundo dados da ONG Observatório do Clima, a pecuária foi responsável por 75% das emissões de gás carbônico vindas do Brasil. Um número impressionante, mas que esconde outras também relevantes.
Em 2019, cada brasileiro emitiu em média 2,11 toneladas de CO², menos da metade da média global de 4,39 toneladas. Ou ainda, ⅓ das 7,58 toneladas emitidas por cada habitante da China, ou 1/7 das 15,5 toneladas emitidas por americanos.
Em boa medida, as emissões vindas no Brasil são reduzidas graças a uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta, além da adoção de combustíveis como Etanol.
Um estudo recente demonstra que um carro movido a Etanol no Brasil, é menos poluente do que um carro elétrico na Europa, graças a matriz energética poluente do velho continente.
Em outro dado relevante, a Cosan, maior produtora brasileira de etanol, estima em 7,5 milhões de toneladas por ano que deixam de ser emitidas apenas pela produção de etanol da empresa. Um número superior as 5 milhões de toneladas economizadas pela Tesla nos últimos 10 anos.
Ainda assim, o desmatamento no país preocupa, e ações de combate possuem amplo espaço para melhorar a já positiva contribuição brasileira para a redução das mudanças climáticas.
A medida força uma readequação das empresas.
JBS e Marfrig, as campeãs nacionais em produção de proteína animal, possuem compromissos de zerar o desmatamento de seus fornecedores entre 2025 e 2030.
Um estudo da ONG Forest & Finance, porém, aponta que entre 2016 e abril de 2020, os bancos brasileiros concederam R$255 bilhões em crédito para empresas do setor.
O campeão na lista é o Banco do Brasil, com R$156 bilhões em financiamentos, seguido pelo Bradesco, com R$39 Bilhões.
O estudo da F&F aponta ainda que cerca de R$59,5 bilhões foram destinados a produção de carne na Amazônia.
Do valor total, cerca de 10%, ou R$25,5 bilhões, foram destinados à JBS, a primeira na lista em exposição ao desmatamento, com a participação do BNDES na empresa representando ao menos metade deste valor.
Ainda segundo a ONG, a concessão de crédito no período sofreu um aumento de 40%, com pouco ou nenhum avanço em relação a dissociar bons produtores de desmatadores.
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