Uma análise feita pela revista americana Forbes apontou que a Binance, a maior exchange do mundo, tem visto saídas de ativos da ordem de US$200 milhões, ou R$1,1 bilhão por dia nos últimos 60 dias.
Os números, que variam entre uma queda de 21% segundo a Messari, até 31% do total de ativos, segundo a Glassnode, apontam um aumento de desconfiança de investidores junto a exchanges descentralizadas.
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Desde o colapso da FTX, no qual Changpeng Zhao, o fundador da Binance, teve papel decisivo ao anunciar que venderia os tokens FTT, a Binance tornou-se dominante no mercado, com algumas fontes apontando que a exchange poderia ter até 75% de market share.
Em dezembro, em meio a questionamentos do mercado, a empresa chegou a anunciar uma prova de reserva, apontando possuir cerca de US$74,4 bilhões. Ainda assim, investidores questionaram a escolha da empresa responsável e o fato de não se tratar de uma das consultorias conhecidas como “Big Four”. Segundo CZ, CEO da empresa, as maiores consultorias não teriam conhecimento adequado sobre especificidades de cripto.
Outro questionamento do mercado ocorreu em função da participação de tokens próprios, ou stablecoins na qual a Binance tem relação de influência, além de uma participação pequena de Bitcoin no total de reservas.
A Glassnode estima que a Binance tenha US$33,74 bilhões em reservas, dos quais US$5,95 bilhões em Bitcoin.
Já o Coinmarketcap, site comprado pela Binance em 2020, aponta que a exchange possui US$46,33 bilhões em ativos, dos quais US$4,8 bilhões em Bitcoin e US$14,55 bilhões em BNB.
A Binance não enviou resposta a matéria da Forbes. Em uma carta aberta no final de dezembro, Changpeng Zhao mencionou que a corretora tem hoje 120 milhões de clientes.
Bernstein: ideia de que Binance pode quebrar é histeria
O braço de pesquisas da Bernstein, a companhia responsável pela gestão de US$779 bilhões, voltou a fazer considerações sobre o mercado cripto.
Os analistas da empresa consideram que seja improvável uma quebra por parte da Binance, a exchange fundada por Changpeng Zhao em 2017.
Ao longo de dezembro, porém, a companhia viu resgates que totalizaram US$7 bilhões em poucos dias, sem apresentar qualquer stress ou suspeita sobre liquidez, ao contrário da concorrente FTX.
Os analistas consideram que a Binance possui cerca de US$55 bilhões em carteiras conhecidas.
Ainda assim, veem dois desafios para a empresa.
O primeiro é a possibilidade de que aí se tornar um monopólio, a Binance atraia concorrência, em especial de exchanges descentralizadas.
Um segundo ponto se refere a sua estrutura offshore nas ilhas Cayman. Os analistas da Bernstein consideram que a empresa deveria rever essa posição, buscando uma estrutura “onshore” nos EUA.
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