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Economia

Argentina deve aumentar tarifas de gás, energia e água em até 150%

Ao menos 68% das contas de energia na Argentina são pagas por meio de subsídios, elevando o déficit público.

Com 55% da sua geração de energia oriunda do gás natural os argentinos estão em uma situação vulnerável aos choques de preço no setor de energia global. 

Para conter os danos, o governo do país segue apostando em pesados subsídios. Apenas nos 4 primeiros meses deste ano, foram AR$ 420 bilhões de pesos em contas de luz pagas pelo governo, o equivalente a US$3,46 bilhões. 

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Na prática, o governo argentino gastou 174% a mais para subsidiar contas de energia neste primeiro quadrimestre do que no mesmo período de 2021. 

De fato, o gasto com subsídios equivale a boa parte dos $5,5 bilhões gastos em subsídios para o setor elétrico pelo governo em 2021 inteiro. Para colocar em perspectiva, os valores pagos pelo governo equivalem a 68% do total gasto por argentinos em contas de luz, além de 1,8% do PIB (em 2021).

Com o ritmo de crescimento atual, o gasto com subsídios ao setor podem igualar toda a meta de déficit primário estabelecida pelo governo, o que comprometeria o acordo de renegociação feito entre a Argentina e o FMI, que prevê um déficit de 2,5% neste ano e 0,9% em 2024.

O resultado fiscal do governo tem sido apontado como uma das causas centrais na inflação, que já ultrapassa 71% no acumulado em 12 meses. Como definiu o presidente argentino Alberto Fernández, “o problema da inflação é que todas as vezes que colocamos dinheiro, os preços sobem, desfazendo o esforço do governo em ajudar”.

Agora, o terceiro ministro da Economia indicado por Fernández, Sérgio Massa, prevê um corte drástico nos subsídios, o que poderia elevar as contas de luz, gás e água em até 150%.

A medida pode tornar ainda mais pesada a inflação projetada em 2022, em 90%, mas segundo o governo, deverá compensar a longo prazo, tendo em vista a redução do déficit público e consequente apaziguamento da pressão inflacionária. 

Segundo o Itaú, os gastos do governo, já descontada a inflação, subiram 12,4% no primeiro quadrimestre, incluindo uma alta de 84% nos subsídios de energia (após alta de 63% no quadrimestre anterior). No mesmo período, os salários pagos pelo governo aumentaram 9,2%, enquanto as pensões e aposentadorias cresceram 5,2%. Na outra ponta, a arrecadação do governo cresceu apenas 3,6% acima da inflação. O PIB por sua vez deve crescer 3% neste ano. 

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