No segundo trimestre de 2023, a atividade de investimento de venture capitals em empresas cripto diminuiu para o nível mais baixo desde o quarto trimestre de 2020, de acordo com um relatório recente do PitchBook.
Nesse sentido, os investimentos globais em capital de risco em empresas de cripto caíram 14,7% em termos de valor do negócio. Além disso, caem 16,3% em termos de número de transações concluídas.
Isso marca o quinto trimestre consecutivo de declínio da atividade de investimento em criptografia. Apesar disso, os projetos de infraestrutura da blockchain continuaram a atrair os maiores investimentos.
A LayerZero levantou uma rodada da Série B US$ 120 milhões, avaliando a empresa em US$ 3 bilhões, enquanto a WorldCoin levantou uma Série C US$ 115 milhões. Gensyn e Together também levantaram rodadas significativas da Série A em US$ 43 milhões e US$ 20 milhões, respectivamente.
No entanto, a tendência geral de avaliações e tamanhos de transações é irregular. As rodadas sementes tiveram um aumento de 18,1%, enquanto as rodadas nos estágios inicial e final caíram 20,3% e 15,8%, respectivamente.
As avaliações de down-rounds e etapas posteriores foram inicialmente mais altas. Mas diminuíram drasticamente como resultado do pequeno tamanho da amostra e do fato de que as down-rounds são mantidas em sigilo.
Em todas as etapas do ciclo de investimento em 2023, o tamanho médio da transação diminuiu menos de 10%, com acordos sementes, estágio inicial e estágio final, cada um com média de US$ 2,3 milhões, S$ 5,1 milhões e US$ 10 milhões, respectivamente.
O que desanimou os venture capitals?
Segundo Guto Farias, CEO e founder da Web3Valley, diz ao BlockTrends, o mercado cripto trabalha em ciclos, que por vezes usam o Bitcoin como índice de referência para medir suas oportunidades.
“Baseado em um estudo da cryptorank e da a16z, state of crypto, é possível ver a mesma movimentação do número de aporte em projetos cripto conforme o próprio bitcoin sobe. Porém, há um detalhe: essa tendência dos VCs de voltarem a investir em projetos de cripto geralmente acontecem de forma tardia a sua movimentação”, explica.
Nos últimos dois trimestres, o preço do bitcoin apontou uma retomada. Portanto, Farias acredita que se a tendência de alta se manter, os fundos retomarão as alocações em startups Web3. Já para Dan Yamamura, sócio da Fuse Capital, a queda nas alocações também tem alinhamento com setor de venture capital como um todo.
“No primeiro semestre, ainda estávamos em um ambiente macro pior do que de hoje. Os fim dos ciclos de alta nos juros não estavam tão claros como estão agora no segundo semestre, então não vejo como algo relevante, no sentido de que houve piora em cripto”, diz ao BlockTrends.
Yamamura também aponta que as valuations das empresas early stage, em fase inicial, aumentaram em relação ao trimestre anterior. Além disso, as empresas de late stage, em estágio mais avançado, caíram em valuation.
Para ele, a perspectiva do próximo trimestre é boa. “Principalmente para o Brasil, que é mais relevante em Latam, por conta da movimentação do Banco Central em relação ao Drex. Vai ter um maior destaque, e atenção para essa area”, revela. Ele diz que, na Fuse, estão vendo muitos projetos surgirem voltados para infraestrutura do Drex, bem como o interesse dos gringos para o país tupiniquim.
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