Fábio Araújo, coordenador do Real Digital no Banco Central (BCB), comentou nesta segunda-feira (26) sobre os próximos passos do projeto piloto da CBDC brasileira. Os comentários foram em transmissão ao vivo, realizada no canal do YouTube do BCB. Com isso, o evento marcou o primeiro Fórum público da autarquia, que pretende discutir sobre o projeto da moeda digital.
O fórum tem como objetivo chamar agentes do mercado para perto do projeto piloto, como o mercado financeiro, instituições bancárias, reguladores e empresas de criptomoedas. “[Queremos debater] com todos que direta, ou indiretamente, tenham atuação no sistema financeiro. A intenção é ter um Fórum democrático onde possamos trazer temas de interesses em comum”, diz.
Araújo comenta que o projeto Piloto já chama a atenção de órgãos como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. “Para que a iniciativa siga avançando, atualmente o Banco Central está promovendo duas atividades junto à sociedade. A primeira é o projeto piloto, e a segunda o Fórum que inicia suas atividades aberto ao público hoje”, explica.
Todavia, a deterioração dos recursos disponíveis no BCB tem afetado a atuação do Banco em todas as suas áreas de atuação, conforme disse Araújo. “A disponibilidade de recursos é um fator de risco que está sendo monitorado, e considerado, ao longo do projeto”, diz.
Próximos passos para o Real Digital
Desse modo, o fórum trouxe a equipe técnica para apresentar a agenda do projeto. Haroldo Cruz, chefe de departamento de tecnologia e informação, reitera que “o desalinhamento remuneratório que tende a acentuar o sucesso para outras carreiras do governo, causa uma preocupação acerca da capacidade de manter e evoluir os produtos existentes.”
Conforme mostrado, grande parte da tecnologia baseia-se em contratos inteligentes ERC-20 da Ethereum (ETH). A Hyperledger Besu é a blockchain, compatível com Ethereum, que está sendo empregada no teste piloto. Além disso, durante o fórum foi enfatizado o interesse do BC na interoperabilidade com o ecossistema de finanças descentralizadas. O Banco Central também reforçou que, inicialmente os testes na rede serão com três ativos.
“O Real Digital, que é a representação da moeda de banco central; o Real tokenizado, que representa depósitos bancários à vista ou moeda eletrônica; e, por fim, os títulos públicos tokenizados.”
Nesse primeiro momento, o Banco Central declara que não buscará escalabilidade, interoperabilidade de redes ou governança de ativos que não estejam presentes no teste piloto. Apesar de importantes, a equipe do projeto piloto declara que o curto prazo não viabiliza um foco maior nessas questões.
“O primeiro passo que o Banco Central está dando para entender e regular essa nova infraestrutura é avaliar a descentralização, a privacidade e a programabilidade. Isso aqui é só o começo. Ressalto que o piloto se resume a um ambiente de testes, e riscos tecnológicos. O produto final é um relatório de avaliação de viabilidade tecnológica e negocial”, explica. A primeira etapa dos testes, que vai até agosto, será a utilização destes contratos sem privacidade. Em seguida, até fevereiro do ano que vem, o foco será na privacidade dos dados.
Validadores do Real Digital
Além disso, a apresentação incluiu a exibição de alguns contratos inteligentes que serão utilizados na rede. Os documentos relativos aos contratos inteligentes serão disponibilizados ao público integralmente a partir do dia 3 de julho, através do GitHub.
O piloto não terá interação real com o Sistema Transferência de Reserva (STR), conforme colocado. Em um dos exemplos de contratos inteligentes, foi apresentado o “RealDigitalEnableAccount”. Esse contrato permite que os participantes do projeto piloto criem e gerenciem várias carteiras na rede. No entanto, o Banco Central será responsável por criar a primeira carteira de cada participante.
Nesse sentido, em esquema apresentado na transmissão, também foi mostrado como a infraestrutura de validadores foi definida. A Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN) será responsável por facilitar a comunicação entre esses agentes. Cada participante terá um nó na rede, e o Banco Central designou um total de seis (6) validadores.
Dessa forma, a maioria dos validadores será distribuída entre os sites do BC, em Brasília (4), e na infraestrutura do Selic, no Rio de Janeiro (2). O algorítmo de consenso definido pelo Banco Central foi de “prova de autoridade”. Portanto, o permissionamento da rede estará sob encargo da autarquia. O acesso à RSFN será offchain, e terá uma largura de banda mínima para o piloto de 6MB/S. Com isso, os links individuais de acesso terão uma largura de banda mínima de 10MG.
$100 de bônus de boas vindas. Crie sua conta na melhor corretora de traders de criptomoedas. Acesse ByBit.com