Luiz Barsi Filho, renomado investidor é chamado por muitos de Warren Buffet brasileiro. Contudo, o maior CPF da B3, junto com sua filha Louise enfrentam acusações de terem feito uma recomendação de investimento na IRB Brasil (IRBR3) utilizando informação privilegiada. A prática é conhecida como insider trading. Quem teria feito a acusação, foi justamente aquele que a acatou, e com isso, sofreu um prejuízo milionário de R$ 15,9 milhões.
A acusação foi revelada pelo site NeoFeed. O site disse que teve acesso a documentos e mensagens relacionadas ao caso. Portanto, o caso exposto pelo site, diz que em abril de 2021, Maurício Ferrentini, filho de um amigo próximo de Barsi e acusador no caso, procurou Barsi para obter conselhos de investimento.
Portanto, com R$ 21 milhões disponíveis, Ferrentini buscava sugestões para seguir a estratégia de dividendos de Barsi e almejava uma renda passiva mensal de cerca de R$ 150 mil. Barsi recomendou investir no IRB, uma resseguradora em processo de transformação após questionamentos da gestora Squadra sobre seu balanço.
Ferrentini investiu aproximadamente R$ 15,9 milhões em ações da IRB, que na época já apresentavam desvalorização. Contudo, no início de 2022, as ações da IRB sofreram nova queda significativa.
Barsi, que detém 1,24 milhão de ações da empresa, tranquilizou Ferrentini, afirmando que a empresa estava em ajuste e que ele próprio estava adquirindo mais ações. Em outubro de 2022, as ações da IRB de Ferrentini valiam R$ 1,75 milhão.
Barsi reconheceu ter colocado Ferrentini em uma situação difícil e propôs uma espécie de “devolução do dinheiro” através de um empréstimo mútuo, enquanto Ferrentini preferia uma doação.
Comprou, agora venda
Em março de 2023, Barsi aconselhou Ferrentini a vender as ações da IRB, resultando em R$ 1,54 milhão. Desde a venda, as ações da IRB valorizaram mais de 140%. Barsi assinou um contrato de empréstimo de R$ 5,9 milhões com Ferrentini, que ofereceu um apartamento como garantia. A garantia tornou-se um ponto de tensão, com Barsi exigindo o pagamento em dinheiro.
Desse modo, Ferrentini, por meio de uma notificação extrajudicial, alega ter sofrido prejuízos irreparáveis e cobra uma indenização de R$ 25,778 milhões. Ele acusa Barsi de ter recomendado o investimento no IRB por ter proximidade com o então CEO da resseguradora.
Ademais, ele alega que Louise possuía informações privilegiadas por estar no conselho fiscal da empresa. Ferrentini também questiona a participação da Boa Vista Assessoria de Investimentos nas recomendações de Barsi.
A família Barsi respondeu às acusações, afirmando que Barsi é um investidor experiente e não possui vínculos com a Boa Vista Investimentos. Eles destacam que Barsi não administra carteiras de terceiros e suas recomendações são baseadas em sua experiência pessoal, sem prometer resultados específicos.
Resposta de Barsi e Louise
A assessoria da família enfatiza que Ferrentini é um investidor profissional e responsável por suas próprias decisões. “Em relação aos vossos questionamentos, Luiz Barsi Filho esclarece que: Barsi é notoriamente conhecido no mercado financeiro como um dos maiores e mais antigos investidores pessoa física da bolsa de valores brasileira B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão (“B3”), com vasta experiência no mercado de investimentos, em especial em negócios de longo prazo”, diz nota à imprensa.
A nota também afirma que Barsi não possui vínculos societários com a Boa Vista Investimentos, escritório de Agente Autônomos de Investimentos. Além disso, que o bilionário é um cliente da Boa Vista, como qualquer outro. “Luiz Barsi Filho não administra carteiras de terceiros, a não ser a sua própria, e não atua como assessor de investimentos”, diz nota.
Barsi já divulgou diversas vezes sua crença no potencial reestabelecimento do IRB, informando que manterá sua participação relevante, por acreditar ser um investimento de longo prazo, conhecido no mercado como “buy and hold”. O posicionamento de Barsi é público, conforme amplamente veiculado pela mídia nacional.
“Não pode ser punido pelo seu sucesso”
Conforme a assessoria do Warren Buffet tupiniquim, todas as informações veiculadas sobre Barsi em diversas entrevistas são fornecidas com base em seu conhecimento e experiência pessoal no mercado de ações, e “nunca com o intuito de prometer resultados específicos ou fazer declarações enganosas para induzir qualquer investidor, incluindo Maurício Ferrentini, a tomar decisões financeiras.”
A nota ainda afirma que, as pessoas se espelham em Barsi, tal como se espelham em qualquer investidor de tamanha notoriedade. E ninguém pode ser punido por ser modelo de um sucesso notório.
Além disso, a nota da família Barsi também relembra que Ferrentini é um “investidor profissional”, portanto responsável por seus próprios atos e escolhas.
“Maurício Ferrentini é um investidor profissional. Como é sabido, investidores profissionais gozam de certos direitos e obrigações. Investidores profissionais têm acesso a uma gama mais ampla de produtos e investimentos no mercado financeiro. Cada investidor profissional é responsável por suas próprias decisões”, diz nota.
“É importante destacar que essa classificação como investidor profissional tem o propósito de reconhecer a experiência e a capacidade financeira dos investidores e, consequentemente, permitir que eles tenham maior flexibilidade no mercado de capitais, assim como maiores autorresponsabilidades”, diz
A nota esclarece que ambos eram amigos, e “havia entre ele e Barsi um vínculo afetivo oriundo de suas famílias.” O próprio Barsi já revelou, em sua autobiografia, a amizade com o pai de Ferrentini, já falecido.
Além disso, a nota destacou Louise atua como membro do comitê de assessoramento do Conselho do IRB-RE (comitê de auditoria) empossada em julho de 2022. Portanto, um ano depois que Barsi investiu na Companhia.
Não é a primeira acusação
Além deste caso, o bilionário também enfrenta um processo administrativo na CVM por suposto uso de informações privilegiadas da Unipar Carbocloro (UNIP6) antes da divulgação de um fato relevante em junho de 2021. Barsi afirma que as operações questionadas são lícitas e ocorreram fora do período de silêncio.
O insider trading é uma prática ilegal que consiste em usar informações privilegiadas para obter vantagens no mercado financeiro. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é responsável por investigar esses casos.
As ações das empresas listadas na B3 podem oscilar com base em informações como resultados de balanços, compras e vendas de ativos, e mudanças na política de preços. É por isso que as empresas emitem comunicados e fatos relevantes, para que todos os investidores tenham acesso às informações simultaneamente.
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