Tomando a dianteira entre as grandes economias, o Banco Popular Chinês tem evoluído nos testes da sua própria criptomoeda, o “yuan digital”. Sendo a primeira grande potência a lançar uma criptomoeda governamental para transações financeiras em seu território.
A nova invenção fornece ao governo Chinês ferramentas para monitorar sua economia e a população em tempo real (uma demanda em alta conforme o regime de Pequim vê um crescimento substancial na classe média), além do fato do dinheiro não estar vinculado ao sistema financeiro global, que é amplamente dominado pelo dólar.
A digitalização da moeda é uma forma mais simples e rápida de injetar trilhões na economia, algo que tem se tornado comum com os chamados “Quantitative Easing”, desde a crise de 2008, e que ganhou força com a pandemia.
Com a ferramenta, a China busca fomentar o consumo e estimular o crescimento, conforme cresce o temor de uma desaceleração na economia.
Uma das possibilidades, garantida por se tratar de uma moeda “programável”, é a criação de moedas com “prazo de validade”. Na prática, o governo poderia distribuir recursos que devem necessariamente ser gastos em determinado prazo, estimulando o consumo em detrimento da poupança.
A ausência de um sistema de proteção social e garantias na velhice é ainda um fator crucial para a elevada taxa de poupança chinesa.
Famílias chinesas poupam em média 23% da sua renda, uma taxa 15 pontos acima da média global. A taxa de poupança interna do país gira em torno de 44,4%, quase 3 vezes maior do que a brasileira.
Se por um lado o aumento de recursos disponíveis financia boa parte dos investimentos do país, por outro cria um problema na medida em que chineses esperam sempre consumir “no futuro”. Essa dissonância, apesar de plenamente racional para as famílias, desagrada o governo, que espera ampliar o consumo presente.
O Yuan digital deve ter um peso relevante também na relação chinesa com países da região, integrados pela chamada “Rota da Seda 2.0”, um projeto de $1 trilhão em obras de integração no sudeste asiático.
MERCADO DIGITAL JÁ POPULAR NA CHINA
A ideia do Banco Central gira em torno de alimentar um mercado já consolidado e existente na China, os apps WeChat e AliPay são aplicativos extremamente populares que “resolvem tudo”, incluindo transações virtuais por QR Code. Estima-se que somente o WeChat detêm 34% do tráfego de dados no país e pelo menos 1 milhão de lojas aceitam a ferramenta de pagamento do app, o WeChat Pay.
Portanto, o Banco Central Chinês busca fornecer a moeda digital como um backup para os serviços do AliPay e WeChat Pay. Desta forma a mudança tem uma transição sutil para a população chinesa, uma vez que, a única mudança no sistema que vai ocorrer de fato é a exclusão de etapas intermediárias da transação que será unicamente vinculada ao banco central da China.
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