Foi em 2011 que a Repsol-YPF anunciou a descoberta de um campo de petróleo na Patagônia que poderia “mudar a história da Argentina”.
A área de 30 mil km² conhecida como “Vaca Muerta”, contém cerca de 16 Bilhões de barris de petróleo, além de 300 trilhões de m³ de gás.
O “pré-sal argentino”, como aqui, animou o governo, que logo em seguida anunciou a estatização da petrolífera, fechando um acordo para pagar $5 bilhões a espanhola Repsol pelo controle da empresa.
Como aqui, o governo levou a empresa a se endividar e investir na região, na esperança de que pudesse lucrar com o petróleo.
De lá pra cá, os investimentos cresceram e a atração de capital estrangeiro foi mantida, mesmo no governo de Alberto Fernández, cuja vice, era presidente na época da estatização.
A Argentina produz hoje 570 mil barris de petróleo, uma fração dos mais de 3 milhões produzidos no Brasil. Seu grande trunfo, porém, é a produção de gás.
O país se tornou o 4º país do mundo em reservas de gás de xisto. Neste exato momento, propostas para construir gasodutos ligando a Argentina ao Brasil seguem ativos, com possibilidades para exportar gás ao Brasil.
Uma outra exportação, menos burocrática, segue rolando na fronteira entre Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú, as duas cidades vizinhas unidas pela ponte Tancredo Neves.
Brasileiros que moram na cidade paranaense, ou no entorno, tem visto no país vizinho uma oportunidade de fugir dos preços elevados por aqui.
Para evitar desabastecimento, os postos argentinos têm limitado a venda em até 15 litros por veículo. Ainda assim, não é incomum ouvir relatos de pequenas propinas para frentistas, ou carros brasileiros que abastecem em mais de um posto para aproveitar o preço.
A principal diferença entre os dois países está em um problema crônico dos argentinos com o valor da própria moeda.
Se em 2010 um peso (AR$), valia 0,25 dólares, neste momento 1AR$ compra 0,007 dólares.
A mega desvalorização acompanha a inflação, que atinge 53% em um ano.
O resultado, por lá, tem sido um aumento significativo da pobreza, que atinge 46% da população.
Na prática, os combustíveis argentinos seguem caros, para aqueles que possuem renda na própria Argentina. Para os brasileiros, está “barato”.
Essa distorção de preços também se explica pela cotação do dólar, entre o oficial, e o utilizado no mercado negro.
Enquanto na tabela do governo 99 pesos compra 1 dólar, no mercado negro são necessários 185 pesos. Nos postos, o valor utilizado é via de regra o câmbio paralelo.
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