Com a inflação Argentina batendo 130% no ano, agentes da AFIP, a agência aduaneira da Argentina, realizaram operação no Mercado Central de Buenos Aires para fiscalizar os preços de alimentos, com destaque para o tomate.
Após uma alta de 8,4% nos preços em abril, o país lançou um novo pacote de medidas, no último domingo (14). Entre as práticas adotadas estão um aumento dos juros de 91% para 97%. Ao mesmo tempo, o pacote busca voltar com medidas de controle de preços.
O governo argentino optou por zerar impostos sobre importação de alimentos. Em primeiro lugar, a medida busca combater a alta interna dos preços por meio da concorrência. Em abril, os alimentos subiram 11,1%. O destaque do mês ficou para o tomate, que apresentou alta de 63,4%. Na prática, entre março e abril deste ano, o quilo do tomate variou de AR$ 426,62 para AR$ 697,00.
Para fazer cumprir as novas regras, o governo lançou mão de operações da polícia aduaneira. Os fiscais se baseiam no artigo 123 do código aduaneiro do país. segundo o qual, o serviço aduaneiro poderá deter pessoas e mercadorias a fim de cumprir a identificação registro.
O Mercado Central argentino foi incluído no pacote de medidas como agente responsável pela distribuição no país. Na prática, restaurantes e pequenos comércios poderão comprar alimentos mais baratos no Mercado Central. A medida visa facilitar o controle de preços.
Pacote com o FMI
As medidas ocorrem em meio a uma seca histórica na Argentina. O país busca com o novo pacote de medidas acelerar o acordo com o FMI. O Fundo Monetário Internacional fechou um acordo de US$44 bilhões, ainda com o governo anterior. A seca, porém, têm tornado impossível de o governo cumprir as metas estabelecidas.
O FMI defende que a Argentina deva reduzir seu déficit público para 2% do PIB, ante os atuais 3,9%. Outra medida também acordada seria o aumento das reservas internacionais.
Stablecoins ganham força
Mesmo com a intervenção do Banco Central da República Argentina, o país se vê imobilizado na luta contra o aumento da cotação do dólar. Uma estimativa da consultoria 1816, alega que as reservas internacionais do país seriam na realidade negativas em dólar. Em outras palavras, a maior parte das reservas hoje é composta por Yuans, obtidos em um acordo de swap com a China.
Dessa forma, os argentinos têm recorrido cada vez mais aos criptoativos, em especial as stablecoins. As moedas cripto pareadas em dólar.
Em 2022, um estudo promovido pela consultoria Chainalysis, apontou o mercado argentino como o 13º maior do mundo em cripto. O número ganha ainda mais relevância quando considerado que a Argentina é apenas o 32º maior país do mundo em população.
O país liderou também a adoção de stablecoins em transações de cripto. Ao menos 31% das transações foram feitas utilizando alguma criptomoeda pareada com o dólar. No Brasil o número foi de 18%.
O rígido combate aos criptoativos, entretanto, é parte das demandas do FMI. O Fundo também questiona o empenho do governo em coibir os criptoativos, algo pouco feito até agora.
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