Foi em maio de 2021 que a marca italiana Gucci colocou à venda uma versão puramente da sua bolsa digital Dyonisus. A NFT foi lançada no jogo Roblox pelo preço de 450 Robux, ou $5,5 dólares. O problema, claro, é que a venda durou alguns poucos minutos.
Durante este período, a Gucci conseguiu levantar $24 mil em vendas. Um dia depois, porém, a mesma bolsa foi vendida por 350.000 Robux, ou $4,1 mil dólares, um valor superior ao da versão física da bolsa, que sai por $3,4 mil.
O caso, além de gerar uma boa anedota, serviu para demonstrar que a avaliação de preços feita pela marca, que faturou $8,5 bilhões em 2019 foi completamente “errada”.
De fato, uma combinação entre raridade do item e a subjetividade de poder “expor” a bolsa para outros jogadores, fez a bolsa valer muito mais do que avaliou a empresa.
Conhecidas justamente por precificar o poder de exposição de marca, chegando eventualmente até mesmo a descartar bolsas e outros produtos para manter a exclusividade de coleções, empresas de luxo, como a própria Gucci, ou empresas populares, como a Adidas, acabaram percebendo as possibilidades do mercado de NFT e do metaverso ao longo do ano.
O resultado foi que, nos meses seguintes, marcas como Louis Vuitton, Adidas, Nike, Dolce-Gabbana, Gucci e Prada, entraram de cabeça no mercado de NFT e metaverso.
Apenas a Adidas sozinha vendeu $22 milhões na sua primeira coleção de NFT.
Segundo um relatório do Morgan Stanley, o mercado de luxo deve representar boa parte das receitas oriundas de NFTs em 2030.
O banco estima que bens de luxo, como roupas ou pinturas, possam movimentar $56 bilhões, dentro de um total estimado para os tokens digitais únicos de $240 bilhões.
A despeito da inovação em blockchain, a ideia de colecionáveis de peças raras não é exatamente nova. Em 2020 o mercado de colecionáveis movimentou $412 bilhões no mundo, incluindo aí vinhos, whisky, pinturas, móveis e cartões.
Os cartões de beisebol, ou basquete, que agora a NBA vende em formato de NFTs, movimentaram $13 bilhões no mesmo ano. Apenas em vendas de NFTs a NBA faturou $600 milhões, valor similar do que faturam os 10 maiores clubes de futebol brasileiros em todas as linhas de receitas.
É tentador supor que se trata de um modismo passageiro, ou ainda, mencionar a estupidez de se pagar por algo meramente digital, mas mercados de colecionáveis são, por essência, valorizados pela subjetividade.
Mais objetivos, porém, são tokens que buscam formar “clubes”, como os famosos macacos do Bored Yatch Club, comprados por Neymar recentemente.
A ideia por ali é formar parcerias com marcas que garantam aos possuidores os mesmos benefícios de um clube de elite, sejam festas ou experiências diversas.
Fato é que, a despeito de críticas, o mercado de NFTs tem se consolidado, permitindo inovações que ainda estão sendo testadas, como a venda de manuscritos originais de Pulp Fiction feita por Quentin Tarantino.
Até lá, sem obrigar ninguém a comprar, as marcas de roupa já faturaram R$300 milhões em vendas, um número significativamente baixo comparado aos R$120 bilhões das NFTs como um todo, mostrando o potencial para crescer.
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