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Como o estagiário de TI se tornou o banqueiro mais poderoso do país

De família de classe média e filho de mãe solteira, o ex-estagiário de TI André Esteves se tornou o banqueiro mais poderoso do país ao longo das últimas 3 décadas.

André Esteves tinha cerca de 19 anos quando entrou para o Pactual, o lendário banco de investimentos fundado por Paulo Guedes (P), André Jakurski (A) e Luiz Cezar Fernandes (C) nos anos 80.

Vindo de uma família de classe média do Rio de Janeiro e filho de uma mãe solteira, Esteves estudava Matemática na UFRJ.

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Entrou para o Pactual como técnico de informática em 1986, na mesma data em que o Pactual recebeu licença para se tornar de fato um banco.

Reza a lenda que o então “garoto do TI” conheceu Luiz Cezar quando em um dia de chuva ofereceu carona ao chefe que tentava em vão conseguir um táxi.

Boato ou não, Esteves não durou muito na sua função inicial. Em 1990 foi promovido para a mesa de renda fixa do banco. Virou “Trader”.

Em um Brasil de hiperinflação, Esteves soube surfar as oportunidades, ganhando bônus volumosos pelo seu trabalho, e sendo promovido a chefe do braço de gestão do Pactual.

Esteves trabalhava em uma área distinta daquela tocada por Paulo Guedes, mas os caminhos de ambos se cruzaram por volta de 1998.

Durante anos a frente da mesa de operações, Esteves converteu seus bônus em participações cada vez mais relevantes no banco.

Considerado um dos “pupilos” de Luiz Cezar, o garoto prodígio cresceu na instituição, a ponto de se tornar um dos principais sócios, além de líder de um grupo novo de sócios mais novos.

Por volta de 1997, Paulo Guedes e André Jakurski deixaram o banco. O motivo: ambos discordaram radicalmente da visão de Luiz Cezar de que o BTG deveria de expandir para outras áreas de negócios, devendo focar segundo ambos no core business do banco, a área financeira.

Tendo se aventurado em uma série de negócios pessoais ligados à economia real, Luiz Cezar tomou um revés relevante em meio a crises globais. Seus negócios começaram a afundar.

Cezar então decidiu pedir uma ajuda ao banco, do qual era fundador. Esteves e outros sócios mais novos, concordaram com uma condição: Luiz Cezar deveria vender suas ações e se afastar do banco para receber a ajuda e salvar seus negócios.

Anos mais tarde, em um perfil para a revista Piauí, Luiz Cezar comentou “O Esteves havia sido dinâmico e atuante, mas sempre tive consciência de que ele venderia a mãe para ter o poder”.

Esteves continuou à frente do Pactual até 2006, quando o banco foi então adquirido pelo “União de Bancos Suíços”, ou simplesmente UBS.

O banco suíço pagou cerca de $2,6 bilhões pelo banco que havia comandado boa parte da onda de IPOs do mercado brasileiro na época.

O UBS pretendia com isso expandir dia atuação para mercados emergentes, como a América Latina.

Dois anos depois, ou um ano após Meredith Whitney da Oppenheimer alertar que os bancos americanos “geriram mal” os riscos sobre hipotecas, o próprio UBS foi pego em meio a crise global dos subprimes.

O banco acumulava prejuízos de $20 bilhões, e começou a se desfazer de ativos ao redor do planeta.

Esteves, que havia saído do UBS e fundado o BTG, recomprou o banco por $2,47 bilhões.

O BTG, que significa Banking and Trading Group (ou Back to The Game, ou ainda Better Than Goldman), recomprou um banco 2 vezes maior, mas em uma série de problemas por conta da crise global.

Entre 2007 e 2008, o lucro do banco caiu de R$937 milhões para R$238 milhões.

Esteves e seus 9 sócios tiveram de reorganizar o negócio.

Nos anos seguintes, por ironia do destino, o BTG deu uma guinada para a “economia real”.

Em resumo, um banco de investimentos costuma realizar operações financeiras envolvendo grandes empresas, além de gestão de recursos. Realizar “investimentos” em economia real é uma tarefa arriscada, e muitas vezes inglória.

O banco de Esteves então adquiriu participações em empresas de diversos setores, desde lojas de eletrodomésticos como a Leader, do RJ, o estádio Beira-Rio em Porto Alegre (junto a Andrade Gutierrez), empresas de reflorestamento, a Rede D’or de hospitais, parte das operações da Petrobras na África, além de inúmeros outros negócios. O banco chegou a assessorar o grupo X, de Eike Batista, em uma tentativa mal sucedida de resgate em diversos setores de infraestrutura.

Como Malu Gaspar conta em “Tudo ou Nada”, biografia sobre Eike, Esteves acompanhou o empresário quando em 2010 ambos tentaram dissuadir o Bradesco e vender sua parte na Vale do Rio Doce. A MMX, de Eike, assumiria o controle, com a benção do então presidente Lula, que há anos lutava contra Roger Agnelli e sua visão “pouco patriótica”.

O plano naufragou, como diversos outros negócios do BTG em economia real.

Destes negócios, porém, não surgiram apenas prejuízos financeiros. Esteves foi acusado pela Lava Jato de obstruir a justiça e participar de um plano mirabolante para tirar Nestor Cerveró do Brasil, impedindo sua delação.

Esteves foi parar em Bangu 8, e em cerca de 5 dias, havia renunciado a presidência do banco.

Sob o comando de sócios como Pérsio Árida, o BTG teve de sobreviver ao pior ataque que um banco pode sofrer: falta de credibilidade.

Diversos negócios foram vendidos, como a subsidiária do BTG na Suíça, operações de Trading de commodities e outros.

Após a revogação de sua prisão, que culminaria no arquivamento do processo em 2018, parecia improvável que o banqueiro retomasse sequer parte do tamanho que já teve.

Ainda assim, contra todas as probabilidades, Esteves reassumiu o BTG, imprimindo um rumo similar aquele tomado em 1998: foco no core business.

O Banco Pan, que havia sido comprado em parceria com a Caixa Econômica, se tornou o mais próximo que o banco chega da chamada economia real. Um banco de Varejo.

Desde então o BTG multiplicou inúmeras vezes o seu capital, além dos recursos sob gestão.

Neste momento, o banco fundado e refundado inúmeras vezes, controle cerca de R$880 bilhões em ativos sob custódia. Já o próprio Esteves controla uma fortuna estimada em R$39,5 bilhões.

Novamente sob o comando de Esteves, o BTG se reergueu, fazendo jus a brincadeira com a sigla e aos que dizem se tratar de “Back to The Game”

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