Falar em empresários, ou empresas, no ramo do futebol, se tornou quase sinônimo de falar em “petrodólares” ou bilionários do leste europeu. Fundos como do estado Qatari, que compraram o PSG de Neymar, ou o bilionário russo Roman Abramovich se destacam entre os bilionários no futebol.
Ainda assim, há grupos distintos, como o da família Agnelli, dona da Fiat, The Economist e da Juventus, ou Florentino Pérez, o empresário da construção civil que se transformou em mecenas do Real Madrid, consequentemente transformando o próprio futebol com os “galáticos”.
John Textor, o empresário americano que topou pagar R$400 milhões pelo Botafogo, segue uma linha distinta.
Ao contrário de outros torcedores do clube carioca, como a família Moreira Salles, que em algumas oportunidades já tentou se envolver com o clube, Textor não é propriamente um bilionário.
Seu patrimônio, estimado em $250 milhões de dólares, teve origem nas suas empreitadas no ramo de tecnologia.
Textor começou a carreira no boom as empresas ponto.com, em meio aos anos 90, quando ajudou a empresa Art Technology Group, uma companhia nascida com foco em construção de sites e posteriormente transformada em uma companhia de Softwares.
A despeito do valor de $10 bilhões no IPO em 1990, a maior parte da fortuna de Textor veio de seus outros empreendimentos.
Em 2006, em parceria com o diretor Michael Bay, Textor adquiriu o controle da empresa Digital Domains, por $30 milhões.
Juntos, ambos transformaram a empresa em uma referência em Hollywood, participando da produção de efeitos visuais em filmes como Vingadores, Piratas do Caribe e Deadpool. Por conta de seu trabalho em efeitos visuais, a empresa levou para casa 8 estatuetas do Oscar.
A empreitada não terminou exatamente bem. A companhia foi acusada de receber recursos públicos, o que colaborou com a sua falência em 2012. Na sequência, Textor foi inocentado e indenizado em $8,5 milhões de dólares em função das acusações.
Sua grande tacada, porém, veio em 2015, com a fundação da Facebank Group, uma companhia de artes visuais, mais conhecida pelo holograma hiperrealista do cantor falecido Tupac.
A Facebank, porém, acabaria assumindo o controle da FuboTV, uma empresa de streaming online com foco em esportes.
A aquisição liderada por Textor se deu em meio a pandemia, em 2020, e foi seguida por um IPO em 2021.
No auge, a empresa chegou a valer $6 bilhões na bolsa americana. No momento, porém, seu valor de mercado está em $1,2 bilhão.
Junto do mercado de streamings, Textor entrou no grupo de controle do time inglês Crystal Palace, pagando 84 milhões de libras, pouco mais do que acabaria pagando pelo Botafogo meses depois.
A expectativa de John Textor com o clube carioca é de que o Botafogo possa se tornar base para revelar talentos no futebol, dado o foco na base.
Independente se o plano tiver os resultados que se espera, certo é que Textor poderá também trocar figurinhas com um dos diretores de cinema mais ricos do planeta, o botafoguense João Moreira Salles.
Gestão profissional de clubes: SAF vs DAO
A instituição das SAF, sociedade anônimas de futebol, tem levantado uma discussão em torno do modelo de organização dos clubes brasileiros. A despeito de serem entidades privadas, o modelo, inicialmente associativo, se tornou uma entidade que sofre da chamada “tragédia dos bens comuns”.
Como não há um dono, os casos em que gestores ruins são responsabilizados se tornaram raros e quase sempre caso de polícia.
Para tentar contornar isso, iniciativas como as DAO, “organizações autônomas descentralizadas”, buscam integrar gestão a blockchain.
Por meio de contratos inteligentes, grupos tem se organizado para reunir recursos e adquirir marcas, como a americana Blockbuster, e direcionar a empresa, tudo registrado em smart contracts. Ações do tipo seriam facilmente programáveis e direcionadas para clubes de futebol, permitindo que os torcedores, o maior ativo de um clube, possam, enfim, assumir o controle da situação.
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