Foi em julho de 2007 que o oligarca russo Boris Berezovsky teve sua prisão decretada no Brasil.
As acusações, feitas pelo Ministério Público e com apoio da Interpol, diziam respeito a suposta ligação de Boris com a MSI, então parceira do Corinthians.
Segundo acusações que já rondavam por aqui desde 2004, como aponta esta reportagem da Folha de São Paulo, o acordo poderia ser utilizado como forma de lavagem de dinheiro por Boris, e o próprio Chelsea, clube de propriedade de seu ex-sócio, Roman Abramovich.
Em 2005, a CBF chegou a recusar uma partida entre a seleção brasileira e o Chelsea, alegando riscos em função das acusações que ligariam o clube inglês à máfia russa (sim, a CBF estava preocupada com ligações suspeitas).
A relação de Boris e Roman, porém, vai muito além do futebol.
Ambos foram sócios em uma empresa russa chamada Sibneft, uma empresa de petróleo criada na Rússia dos anos 90.
A amizade, que acabaria em uma disputa judicial em 2012 onde Boris acusaria Roman de tê-lo obrigado a vender suas ações na empresa por um valor abaixo do de mercado (caso em que Roman venceria na justiça inglesa), foi crucial para Roman galgar espaço na sociedade Russa.
Foi Bóris quem apresentou Roman a Yeltsin, o presidente russo, e segundo conta-se, foi Roman quem sugeriu a Yeltsin nomear Putin como seu sucessor.
As ligações entre Roman e Putin são das mais vastas existentes, com histórias (boa parte delas do livro escrito por Bóris e contestado por Roman), alegando que em seu aniversário em 2000, Vladimir Putin foi presenteado pelo amigo com um yacht de $50 milhões.
Em outros casos, Roman teria pessoalmente escolhido parte dos ministros de Putin. Anos mais tarde, teria partido dele também a iniciativa de indicar Medvedev como sucessor de Putin, quando em uma dança das cadeiras Putin deixou de ser presidente para ser primeiro-ministro.
A trajetória de Roman, porém, começa alguns anos antes.
Roman Abramovich nasceu em 1966, na cidade de Saratov. Serviu ao exército vermelho na juventude, e após as obrigações militares, se aproveitou da Perestroika, o processo de abertura econômica da Rússia, iniciado por Gorbachev, para criar uma fábrica de bonecas, a Comfort Co-op.
O sucesso de um item tão básico foi avassalador, levando Roman a acumular recursos rapidamente, e expandir suas áreas de atuação para fazendas e posteriormente óleo e gás.
Em 1995, se juntaria a Boris na Sibneft.
No meio tempo entre servir ao exército e montar sua primeira indústria, Roman teve experiência trabalhando no setor de commodities, negociando produtos com empresas suíças, fato que lhe geraria conhecimento acumulado na área.
O caso da Sibneft também gerou polêmica, tendo em vista a amizade de Boris e Yeltsin no caso das privatizações russas.
Para piorar um pouco a situação, Yeltsin havia nomeado Boris e Roman como executivos da empresa quando ainda era controlada pelo estado.
Ambos compraram o controle da Sibneft por $100 milhões cada, em um programa estatal chamado de “empréstimos por ações”.
Em 2000, a Sibneft produzia cerca de $3 bilhões em petróleo por ano.
Em resumo, a segunda maior economia do mundo estava vendendo praticamente todas as grandes empresas do após, até então controladas pelo Estado.
O processo, que faria de Moscow ainda hoje uma das cidades com mais bilionários do mundo, é um processo ainda nebuloso.
Alguns anos mais tarde, Roman compraria o Chelsea, em 2003. Na época, o empresário ainda era governador de uma província russa, nomeado pelo próprio Putin.
Atualmente, seus principais negócios incluem o próprio Chelsea, além de outros investimentos pouco claros ou conhecidos fora da Rússia.
Segundo especula-se, Roman estaria vendendo o Chelsea por algo como 4 bilhões de Libras, ou R$27,56 bilhões
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