Desde 2017 o Mercado Livre e outras empresas do setor de e-commerce tem investido bilhões para reduzir a dependência dos correios e se tornarem independentes também em logística.
Fundada em Agosto 1999 na Argentina, poucos meses antes do estouro da bolha da internet (março de 2000), o “Meli”, abreviação do Mercado Libre, chegou ao Brasil quase simultaneamente ao seu país de origem, ou um mês de diferença.
Foram quase duas décadas até a empresa se tornou a maior do setor no Brasil, ultrapassando a B2W, do bilionário Jorge Paulo Lemann.
Neste período, o Meli avançou no país introduzindo facilidades em meios de pagamento, e investimentos pesados em logística.
No chamado “Mercado Envios”, responsável pela logística da plataforma e por 96% das entregas de produtos vendidos pelo app e site do Meli, a entrega é gerida pela própria empresa.
O detalhe porém, é que por meio de sua escala, o Meli negocia com os correios por uma redução no custo de frete, permitindo assim reduzir o custo geral aos clientes (muitos com frete zero), e ser parte substancia dos R$9 bilhões de receita que a estatal brasileira gera com encomendas online.
Fruto de saques constantes nós caixas da companhia e baixo autonomia financeira, os correios tiveram uma redução de 93,5% no lucro, 17% no faturamento e 55% nos investimentos, quando corrigidos pela inflação (segundo o balanço da empresa).
Na prática, o Meli criou uma opção aos seus vendedores. Para o sindicato dos correios entretanto, a empresa “ameaça” de maneira autoritária, os serviços e acordos com a estatal.
Segundo nota republicar no site das associações de funcionários, a adoção de uma logística própria por empresas como o Mercado Livre pode levar a uma redução de 5000 funcionários na estatal.
A maior preocupação entretanto segue com os responsáveis pelas franquias postais, que possuem nas encomendas boa parte da sua receita.
A dominância sobre as etapas do processo é parte substancial do sucesso que faz o Mercado Livre a empresa mais valiosa da América Latina, e o Magazine Luiza uma das queridinhas da Bolsa brasileira.
Em meio a crise sanitária do último ano, as encomendas chegaram a crescer 182% (no Magalu), e 70,4% no comércio eletrônico em geral.
Esse tipo de situação é vista com entusiasmo pelos investidores, dado que garante as empresas uma ampliação na base de serviços.
Ao contrário dos correios, que está restrito ao serviço de entrega, o Magalu por exemplo, tem adquirido empresas na área financeira para ofertar serviços aos vendedores do seu marketplace, e com isso ampliar suas receitas e margens.
Cabe ressaltar que o próprio Mercado Livre é visto como um potencial comprador para os correios em uma eventual privatização (prometida para 2021).
O desafio portanto seria conciliar a demanda do e-commerce com o alto passivo trabalhista da estatal, e seu outro serviço, o de entrega de cartas (que possivelmente ficaria de fora em uma eventual privatização).
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