A Lightning Network registrou o crescimento na capacidade de 100 bitcoin mais rápido na história: apenas cinco dias. A rede, que normalmente mede o quanto de tempo é necessário para processar 100 bitcoin, chegava a processar 100 bitcoin a cada 39 dias em março deste ano. Em julho, esse tempo atingiu meros 5 dias, indicando um crescimento exponencial.
Somente neste mês, a capacidade da rede aumentou 20%. Atualmente, a rede Bitcoin é capaz de processar até 7 transações por segundo. Essa taxa de transferência precisaria aumentar em magnitudes na casa dos milhares, ou mesmo milhões, para suportar a economia global, principalmente devido ao fato de que quaisquer blocos escritos acima de 1 megabyte são inválidos no atual mainnet Bitcoin.
Embora muitos já tenham proposto uma mudança para essa limitação, simplesmente aumentar o número de transações em um único bloco implicaria num aumento muito rápido (considerando a tecnologia de armazenamento atual) no tamanho da blockchain, o que deixaria para trás os operadores de nodes (“nós”) informais.
Desde então, muito se duvidou da capacidade de escala do Bitcoin, comparando-o negativamente contra redes tradicionais de processamento de transações, como Visa e PayPal. Mas o Bitcoin é uma solução de camada básica, enquanto redes como Visa e PayPal são construídas na terceira ou quarta camada do sistema de moeda fiduciária, com transações não sendo realmente finalizadas por vários dias.
No entanto, com a introdução da Lightning Network em março de 2018, a narrativa da escalabilidade do Bitcoin mudou completamente.
Como o Bitcoin, a Lightning Network é uma rede de nós que trabalham juntos, peer-to-peer (ponto a ponto). O objetivo da Lightning Network é facilitar transações seguras e com anti-duplicidade de gastos em sua “segunda camada” separada, antes de finalmente estabelecê-las na blockchain Bitcoin.
A primeira etapa em qualquer transação na Lightning Network começa com um canal. Um canal conecta dois nós e permite que eles transmitam informações, ou, neste caso, bitcoins, um para o outro. Os canais da Lightning são construídos usando endereços multisignature (multisig), com os quais ambas as partes podem interagir.
Esses endereços permitem que ambos os usuários juntem (ou enviem) quantos bitcoins quiserem para o endereço, mas os fundos só podem ser extraídos desse endereço compartilhado se ambas as partes concordarem.
A Lightning Network usa endereços multisig. Esses endereços integram um “cronômetro” no endereço como parte do script. Dessa forma, se uma das partes ficar off-line ou se recusar a negociar quando a outra parte tiver fundos no endereço, os fundos podem ser devolvidos ao usuário original após um determinado período, evitando pagamentos duplos.
A Lightning permite que os nós enviem transações entre si, mantendo simultaneamente os bitcoins criptografados até que atinjam seu destino final ou “nó alvo”. Assim, todas as transações que passam por um canal são reescritas em uma única transação e liquidadas na rede Bitcoin. Ao todo, as primeiras variações da Lightning Network podem fazer até 25 milhões de transações em um único segundo e liquidar na blockchain Bitcoin como uma transação.
É como se a rede fizesse um “rascunho” da operação, para só depois efetivá-la. Isso, se bem aplicado, pode ser revolucionário.
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