Segundo levantamento da agência Reuters, o Departamento de Justiça americano (DoJ), estaria estudando acusar formalmente Changpeng Zhao, o fundador da Binance, por lavagem de dinheiro e violação de sanções aplicadas pelos EUA.
As supostas acusações remontam ainda 2018, além de envolver atuações da Binance junto ao governo iraniano, que está sob sanções dos EUA por conta de seu programa nuclear.
A Binance supostamente colaborou para que o Irã e empresas do país pudessem movimentar cerca de US$7,8 bilhões em criptomoedas, dado que o país está com suas contas bancárias bloqueadas e isolado do sistema financeiro global.
Segundo apuração da Chainalysis, a maior corretora de crypto do Irã, Nobitex, atuou para permitir que este valor fosse movimentado por meio da criptomoeda Tron, que garante aos usuários uma opção para se manter “incógnito”. As moedas fluíram da Nobitex para a Binance, espalhando-se pelo mundo.
A Binance se defende de duas maneiras, a primeira, lembrando que a empresa não possui relação com os EUA, o que não a torna suscetível a cumprir as sanções do país, a segunda, ao alegar desconhecimento sobre a origem das criptomoedas transacionadas na Nobitex.
A Binance também alega que desde 2018, a despeito dos EUA terem brevemente suspendido sanções, emitiu um alerta de que seus serviços não estariam mais disponíveis no Irã.
No Twitter, o perfil da Binance alega que a Reuters está “novamente errada” sobre a questão.
A fonte ouvida pela Reuters alega que há uma divisão entre as três entidades do governo americano envolvidas no caso, como o Procurador Federal em Seattle, o departamento anti-fraude e lavagem de dinheiro, além do time de criptoativos do DoJ. Segundo essa mesma fonte, o advogado da Binance nos EUA estaria em contato com o DoJ, buscando um meio de chegar a um acordo com a justiça americana e evitando um processo público.
Lançada por Zhao em 2017, a Binance movimentou cerca de US$1,6 trilhão em Outubro, o equivalente a metade de todas as movimentações em crypto no mundo.
Os rumores sobre as investigações nos EUA teriam sido também o estopim para que Sam Bankmann-Fried e Zhao entrassem em guerra. SBF questionou ao final de outubro se Zhao teria condições de comparecer nos EUA e participar de discussões com reguladores, no que Zhao reagiu colocando em dúvida o FTT, o token da FTX.
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