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Investimentos

Como Roger Federer criou uma marca de tênis de R$60 bilhões, fora das quadras

Uma série de amizades em uma vizinhança de Zurique levou alguns conhecidos a criar em poucos anos uma marca global de tênis que já vale $11 bilhões de dólares.

A Suíça é definitivamente um país pequeno. Sua área equivale a pouco mais de 2 vezes a área de Sergipe, o menor estado brasileiro, com uma população de 8,3 milhões e um leve detalhe: o patrimônio dos suiços equivale a $4,89 Trilhões, com T maiúsculo, ou em outras palavras, o dobro do patrimônio dos 213 milhões de brasileiros. É neste enorme condomínio fechado cercado de alpes e estações de esqui, que mora Roger Federer, o lendário tenista ganhador de 20 grand slams que agora possui uma valorizada marca de tênis.

É também na Suiça que moram Olivier Bernhard (hexacampeão do Ironman), David Allemann e Caspar Coppetti, três amigos que em 2010 resolveram criar uma marca de tênis de corrida, a On Running.

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Pode parecer bobagem falar sobre o quão pequena é a Suiça, mas Allemann conta que foi a proximidade que fez Federer se aproximar da marca, que a despeito de bem sucedida até então, ainda era bastante nichada. Federer chamou ambos para jantar, numa ocasião onde se declarou fã dos tênis, prontamente rebatido com um convite do próprio fundador: porque você não se torna sócio?

O convite foi prontamente aceito, o que levou Federer a passar um mês na fábrica da empresa conhecendo os processos e desenvolvendo seu próprio tênis, que levaria seu nome. 

O tal convite, porém, não nasceu ao acaso. 

Certa vez um dos fundadores da empresa resolveu conversar com seu vizinho em Zurique, o bilionário Jorge Paulo Lemann. Convencido pelo filho Marc Lemann, um investidor de empresas ligadas ao esporte, “JP” topou, e entrou na On Running com um valuation de poucas dezenas de milhões. De quebra, levou seu sócio Carlos Alberto Sicupira.

Jorge Paulo Lemann, ex-tenista, apresentou a marca a Federer, seu amigo e também vizinho para quem ocasionalmente empresta a quadra de tênis, que então marcaria o fatídico jantar. 

Foi com o “Roger Pro”, o tênis de Federer que a marca alçou voos maiores.

Essa aproximação, entretanto, teve um percentual de “sorte”. Federer foi patrocinado pela Nike entre 1997 e 2018. No último ano, seu contrato estava pendente de renovação, mas uma nova marca atravessou seu caminho, a Uniqlo, que pagou $300 milhões para ter o atleta vestindo sua marca por 10 anos.

A sorte, no caso, está no fato de a Uniqlo não produzir tênis, motivo pelo qual o tenista estava livre e desimpedido para fechar outros contratos ou parceria na área.

Foi por conta disso, e de uma vizinhança abastada, que as conversas com a On Running tiveram sucesso, e Roger Federer pode contribuir para a empresa de sua marca de tênis chegar a um mercado global.

Atualmente a marca possui 7 milhões de clientes em 50 países, e sua participação na empresa vale cerca de $400 milhões.

Já Jorge Paulo, Marc e Beto Sicupira detinham cerca de 25% antes do IPO da empresa no último ano, quando a marca foi avaliada em $11 bilhões. No momento, estima-se que as poucas dezenas de milhões investidos em 2018 pelo trio tenha virado cerca de $1,5 bilhões a $2 bilhões, provando que uma boa vizinhança pode fazer a diferença.

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