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Após doar salário no Boca Tevez processa o governo para não pagar “imposto solidário”

O craque do Boca Juniors está entre os 80 milionários argentinos que entraram com recurso para evitar pagar o chamado “Aporte Solidário”, por considerar a prática um confisco de patrimônio. Inaugurado em 1978 o “Conjunto Habitacional Exército dos Andes”, na Região Metropolitana de Buenos Aires tinha por objetivo receber aqueles desalojados em função das obras […]

O craque do Boca Juniors está entre os 80 milionários argentinos que entraram com recurso para evitar pagar o chamado “Aporte Solidário”, por considerar a prática um confisco de patrimônio.

Inaugurado em 1978 o “Conjunto Habitacional Exército dos Andes”, na Região Metropolitana de Buenos Aires tinha por objetivo receber aqueles desalojados em função das obras Copa do Mundo que ocorreria no mesmo ano.

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Cerca de 35 mil argentinos ocupam a região de Ciudadela, um bairro pobre, onde nasceu o “jogador do povo”, como Carlitos Tevez é reconhecido no país.

Sua identificação com os argentinos supera a de Messi, dada sua trajetória, a típica história do garoto pobre que superou as adversidades para tornar-se ídolo através do esporte.

O capitão do Boca Juniors, porém, não tem tudo tempos fáceis nos últimos anos, especialmente por razões que não o futebol.

Suas diferenças políticas com outro ídolo do clube, e uma espécie de semideus na Argentina, o falecido Diego Maradona, criaram rusgas entre os dois.

Maradona acusava Carlitos de estar “muito Macrista”, em referência ao ex-presidente da Argentina, e do próprio Boca Júniors, Maurício Macri.

Socialista de carteirinha, e tatuagem, Maradona foi um dos que rogaram ao governo que criasse o chamado “Aporte Solidário”, um imposto de 2% sobre o patrimônio daqueles com patrimônio superior a AR$200 milhões, ou $2 milhões na cotação oficial.

Tevez porém engrossou a fileira daqueles que entraram na justiça contra o imposto, que nas contas do governo deve atingir 13 mil argentinos. O motivo? O jogador alega que se trata de uma cobrança “confiscatória”.

(Os herdeiros de Maradona também estão entre os que não querem pagar)

Em junho do último ano, o atacante renovou seu contrato com o Boca, com salário de $5 milhões de dólares por temporada, decidindo doar todo valor a instituições sem fins lucrativos durante a pandemia.

Em suma, o governo já arrecadou até o momento $2,4 bilhões, sob a alegação de mitigar os efeitos da pandemia.

Discussões como estas não chegam a ser novidade ao redor do planeta, e a adoção do pior tipo de taxação possível não surpreende em se tratando de Argentina.

Nos EUA, o governo Biden também ampliou impostos por meio de seu plano trilionário, que prevê além de obras e subsídios para energias renováveis, isenção de impostos de renda para americanos que ganham até $75 mil.

Ao contrário da Argentina que decidiu dar uma mordida no patrimônio, o governo Biden optou por um imposto sobre “Ganhos de capitais”. Em suma, o governo lhe cobra dinheiro cada vez que você lucra vendendo um imóvel, terra, ação ou mesmo Bitcoin.

Com essa medida, um americano que lucre acima de $1 milhão, terá de pagar até 56% do seu ganho em impostos diretos, além dos indiretos, em estados como a Califórnia e Nova York, ou 46% no estado que menos tributa (na soma dos impostos federais e estaduais).

A tributação sobre ganhos de capital é mais racional, afinal, não taxa ativos que não são negociados, como por exemplo as ações que garantem o controle de empresas, e sim aquelas “especulatias”. Ainda assim, há um problema.

Com a impressão maciça de dinheiro pelos bancos centrais, o valor das empresas tem se distanciado da realidade de tempos atrás

Se antes uma empresa que vale “30 vezes o seu lucro” era considerada cara, hoje este número soa barato em muitos casos.

É comum vermos empresas com enorme potencial de crescimento sendo negociada a centenas de vezes seu lucro atual, ou ainda, empresas que nunca deram lucro, como a Uber ou Tesla, valendo mais de uma centena de bilhões.

Isso ocorre pois a expectativa é de que, por se tratarem de empresas dominantes em seus setores, elas terão, no futuro, uma vantagem relevante, garantindo o lucro.

O problema é que, no momento atual, essas empresas não dão lucro, e portanto não geram renda ao investidor, de modo que taxar o patrimônio significa obrigar o investidor a pagar imposto sobre algo do qual ele não usufruiu.

Cria-se assim um loop eterno. O banco central emite moeda para financiar o governo, comprando títulos, a população compra ações com dinheiro novo na economia, o governo tributa ações e paga os títulos que vendeu pro BC.

Até quando essa roda irá continuar girando é uma grande incógnita.

Este porém não é o caso da Argentina, que não imprime dólares, mas cujo governo segue se endividando em dólares (e muito antes da pandemia).

Até quando a Argentina terá ricos para pagar a conta, eis a grande dúvida.

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