A Fitch, agência de classificação de risco, rebaixou a nota de crédito dos EUA de ‘AAA’ para ‘AA+’ nesta terça-feira (1). Desse modo, a agência passou a perspectiva do rating de negativa para estável. As maiores motivações para a mudança foram um aumento acentuado na dívida do governo norte-americano. Além de um declínio na coerência e na credibilidade da formulação de políticas.
No que tange o último ponto destacado acima, a Fitch comenta que as políticas fiscais do país não condizem com a situação macroeconômica. Portanto, as incoerências fiscais podem levar a futuros colapsos na economia. Conforme a agência, isso prejudica o status de moeda de reserva do dólar americano, diminuindo assim a flexibilidade de financiamento do governo.
“Na opinião da Fitch, houve uma deterioração contínua nos padrões de governança nos últimos 20 anos. Inclusive em questões fiscais e de dívida, apesar do acordo bipartidário de junho para suspender o limite da dívida até janeiro de 2025. O repetido limite da dívida impasses políticos e resoluções de última hora corroeram a confiança na gestão fiscal”, diz o comunicado.
Além disso, a Fitch descreve os fatores que podem, individual ou coletivamente, levar a um aumento da classificação novamente.
Entre eles, a implementação de um ajuste fiscal para enfrentar o aumento dos gastos obrigatórios ou para financiar tais gastos com receitas adicionais. Desse modo, resultando em um declínio de médio prazo na relação dívida/PIB do governo geral.
Outro fator descrito pela agência seria uma “reversão da tendência de deterioração da governança.” O rebaixamento ocorre dois meses depois que o governo Biden e os republicanos da Câmara concordaram em suspender o teto da dívida do governo em um acordo de última hora.
O movimento foi tomado para evitar um provável calote federal potencialmente desastroso. Hoje, apenas uma das três principais agências de classificação de crédito – Moody’s Investors Service – atribui aos Estados Unidos uma classificação AAA de alto nível.
Perspectivas da Fitch
A agência diz esperar que o déficit do governo geral (GG) suba para 6,3% do PIB em 2023, de 3,7% em 2022. Algo que reflete em receitas federais ciclicamente mais fracas, novas iniciativas de gastos e uma carga de juros mais alta.
Além disso, é esperado pela Fitch que os governos estaduais e locais tenham um déficit geral de 0,6% do PIB este ano, após um pequeno superávit de 0,2% do PIB em 2022.
Vitor Delduque, Economista e Diretor de Novos Negócios da MB Token, comenta que a dívida em relação ao PIB ainda permanece acima do nível pré-pandemia e a previsão é de que continue aumentando, tornando a situação fiscal dos EUA mais vulnerável a futuros choques econômicos.
“Sendo assim, condições de crédito mais restritas, enfraquecimento do investimento empresarial e desaceleração do consumo podem levar os EUA a uma recessão moderada no final de 2023 e início de 2024. Lembrando que o FED elevou as taxas de juros e a alta inflação e o desemprego podem dificultar a redução até março de 2024”, diz.
Delduque aponta que, outro ponto relevante para a agência, foi a falta de ação para o desafio de envelhecimento de sua população, que gera um maior custo de seguridade social e tratamentos médicos.
“Talvez um ponto positivo seja a visão sobre ESG, onde os EUA têm uma classificação WBGI alta de 79, indicando direitos consolidados de participação no processo político, capacidade institucional sólida, eficácia do Estado de Direito e baixo nível de corrupção”, finaliza.
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