O Departamento de Justiça dos EUA (DoJ) quer colocar o fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, atrás das grades antes do seu julgamento. Nesse sentido, o órgão alega que ele tentou várias vezes adulterar testemunhas. Além disso, Bankman-Fried teria tentado desacreditar sua ex-namorada e ex-CEO da Alameda Research, Caroline Ellison.
Bankman-Fried, acompanhado de dois advogados, compareceu ao tribunal federal na quarta-feira, depois que o DOJ das alegações. Danielle Sassoon, promotora dos EUA, abriu a audiência dizendo que o DOJ estava buscando a detenção de Bankman-Fried, conforme noticiou o CoinDesk.
“É opinião do governo que nenhum conjunto de condições de liberação pode garantir a segurança da comunidade”, disse ela. “… parece ser indiscutível que o réu forneceu os documentos citados [no New York Times] … para desacreditar [Ellison].”
Segundo as evidências apresentadas, Bankman-Fried enviou mais de 100 e-mails a repórteres e fez mais de 100 telefonemas com um único repórter do Times, autor do artigo sobre Ellison, disse ela no tribunal. O DOJ também acredita que o ex-executivo foi a fonte de um artigo anterior sobre Ellison.
A promotoria também levantou preocupações com os mais de 500 telefonemas de Bankman-Fried com o autor Michael Lewis, que deve publicar um livro sobre FTX próximo ao início de seu julgamento criminal.
O que diz a defesa de Sam Bankman-Fried
Embora o juiz Lewis Kaplan, do Distrito Sul de Nova York, tenha se recusado a prender Bankman-Fried imediatamente, ele estabeleceu um cronograma rápido para a acusação e a defesa fazerem apresentações formais por escrito sobre o assunto. O DOJ tem até sexta-feira para arquivar os pedidos. A defesa pode responder até terça-feira e o DOJ pode apresentar uma resposta final até 3 de agosto.
Todavia, o juiz pareceu cético em relação aos argumentos do advogado de defesa Mark Cohen durante a audiência, segundo o CoinDesk. O advogado argumentou que Bankman-Fried não tentou entrar em contato com os repórteres pessoalmente, mas tinha uma estratégia para responder aos repórteres em um esforço para influenciar a narrativa da mídia sobre ele. “Houve mais de um milhão de artigos negativos sobre Bankman-Fried”, disse Cohen.
“O que temos aqui é um réu que acredita, dadas as muitas, muitas histórias negativas… dadas literalmente milhares de histórias sobre seu relacionamento com a Sra. Ellison… que ele tinha o direito de fazer comentários justos”, disse Cohen. , acrescentando que pode não ser “a melhor estratégia”.
Cohen também argumentou que mandar Bankman-Fried para a prisão tornaria mais difícil organizar sua defesa, apontando para o volume de documentos acessíveis por meio de ferramentas online.
Acusações de financiamento são retirados
Em meio às acusações, outra novidade acerca do julgamento aconteceu nesta quarta-feira. Promotores do Distrito Sul de Nova York estão retirando sua acusação de nível federal de Sam Bankman-Fried. As acusações eram de financiamento de campanha. “O Governo não pretende proceder a julgamento sobre a contagem das contribuições de campanha.”
Nesse sentido, a defesa de Bankman-Fried ressaltou que o ex-executivo foi extraditado em dezembro das Bahamas para os EUA para enfrentar uma série de acusações específicas. Entre elas, a promotoria acreditava serem os encargos de financiamento de campanha. A defesa contestou, e as Bahamas concordaram com a defesa. Portanto, as acusações foram retiradas.
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